Agências de inteligência americanas estiveram por trás da decisão da Turquia de interceptar e obrigar a aterrissar um avião civil sírio que voava de Moscou a Damasco (Kevin Lamarque/Reuters/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2012 às 12h07.
Washington - Os Estados Unidos e a Turquia intensificaram suas consultas militares e a troca de inteligência para elaborar planos de contingência perante uma eventual transformação do conflito sírio em uma guerra regional, segundo publicou neste sábado o jornal 'The Washington Post'.
Nas últimas semanas autoridades militares de ambos países se reuniram para estudar planos de contingência para impor zonas de exclusão aérea sobre o território sírio e evitar que Damasco use seu arsenal de armas químicas, segundo funcionários americanos citados pelo jornal.
Além disso, na semana passada agências de inteligência americanas estiveram por trás da decisão da Turquia de interceptar e obrigar a aterrissar um avião civil sírio que voava de Moscou a Damasco com cidadãos russos a bordo por suspeitas que transportava armamento para o regime de Bashar al Assad.
Segundo um funcionário americano que falou sob condição de anonimato ao 'The Washington Post', o avião levava peças de fabricação russa para sistemas de defesa antiaéreos.
Esse incidente agravou ainda mais as tensões surgidas no início de outubro quando uma bomba procedente da Síria matou cinco civis em território turco.
O embaixador americano na Turquia, Francis J. Ricciardone, disse esta semana em Ancara que não há nenhuma decisão tomada sobre a criação de uma zona de exclusão aérea em território sírio para proteger os civis e os opositores ao regime de Assad.
No entanto, apontou que autoridades de Turquia, EUA e a Otan estão discutindo várias opções.
O governo de Barack Obama se opôs até agora a uma intervenção militar na Síria e não cedeu à pressão para que apoie os rebeldes com mais força.
Com as eleições do dia 6 de novembro cada vez mais próximas, Obama se mantém firme em seu apoio a uma solução política à crise síria e à adoção de medidas no Conselho de Segurança da ONU, onde China e Rússia vetaram até agora todas as resoluções de condenação ao regime de Assad.