Menina síria ferida é vista em um hospital israelense em Safed: Rússia e EUA já concordaram em promover uma conferência, mas divergem sobre quem deverá participar (Baz Ratner/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2013 às 18h18.
Genebra/Beirute - A Rússia e os Estados Unidos concordaram na sexta-feira em relançar os esforços pela realização de uma conferência de paz para a Síria, enquanto continuam discutindo um plano para destruir o arsenal químico do país árabe.
Os chefes da diplomacia russa e norte-americana, Sergei Lavrov e John Kerry, se reuniram em Genebra para discutir a proposta de desarmamento da Rússia, que pouparia o governo de Bashar al Assad de sofrer uma ação militar dos EUA como punição pelo suposto uso de armas químicas contra civis.
Os EUA encaram a proposta com ceticismo, e Kerry disse que a opção militar não está descartada.
"Estamos comprometidos em tentar trabalharmos juntos, começando com esta iniciativa sobre as armas químicas, na esperança de que esses esforços deem resultado e tragam a paz e a estabilidade para uma região do mundo dilacerada pela guerra", disse o secretário de Estado dos EUA.
Ele afirmou que há a intenção de marcar uma data para as negociações de paz, mas acrescentou: "Muita coisa...depende da capacidade de termos sucesso aqui nas próximas horas e dias, sobre o tema das armas químicas".
O presidente dos EUA, Barack Obama, reiterou após reunião em Washington com o emir do Kuweit, xeique Sabah al-Ahmad al-Jaber al-Sabah, que um eventual acordo sobre as armas químicas sírias deverá ser "verificável e obrigatório".
As discussões de Kerry e Lavrov em Genebra, que envolvem também especialistas em armas de ambos os países, devem durar até sábado.
Após reunião com um representante da ONU, os dois chanceleres disseram ter a esperança de voltarem a se falar dentro de duas semanas em Nova York, durante a sessão anual da Assembleia Geral da ONU, para tentarem definir um cronograma para a conferência internacional de paz.
Rússia e EUA já concordaram, meses atrás, em promover uma conferência de paz para a Síria, mas as duas potências divergem sobre quem deverá participar do evento. Moscou resiste aos apelos dos rebeldes sírios e de líderes ocidentais para que Assad dê lugar a um governo transitório.
Khaled Khoja, membro da Coalizão Nacional Síria, principal grupo oposicionista no exílio, disse que a oposição só aceitará participar da nova conferência se houver um reequilíbrio das forças militares.
"O que restauraria (o equilíbrio) seria um bombardeio aéreo ou (que governos ocidentais entregassem) armas para o Exército Sírio Livre", disse Khoja, referindo-se a um grupo rebelde.