Barack Obama: Os russos depositaram um outro projeto de resolução para prorrogar a missão de observadores internacionais, mas sem ameaça de sanções (©AFP / Saul Loeb)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2012 às 18h51.
Washington - Os presidentes americano, Barack Obama, e russo, Vladimir Putin, concordam sobre a necessidade de uma transição política na Síria, apesar das divergências, afirmou a Casa Branca, após uma conversa telefônica entre os dois líderes.
"Os dois presidentes notaram o aumento da violência na Síria e chegaram a um acordo sobre a necessidade de apoiar uma transição assim que possível para que o nosso objetivo de acabar com a violência e evitar uma nova deterioração do cenário seja alcançado", indicou a Presidência americana em um comunicado.
Obama e Putin "reconheceram as diferenças que os governos têm tido sobre a Síria, mas concordaram que suas equipes devem continuar a trabalhar por uma solução", concluiu a Casa Branca.
O Kremlin foi o primeiro a revelar essa conversa, uma iniciativa tomada por Obama. O tom do relatório entregue por Moscou pareceu menos otimista do que o de Washington.
"No geral, o intercâmbio de ideias mostrou a concordância das análises da situação na Síria e o objetivo de uma solução. Ao mesmo tempo, persistem divergências sobre como alcançar concretamente essa solução", disse o porta-voz de Putin, Dmitri Peskov, citado pela agência Ria Novosti.
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, reiterou durante o dia a posição da Rússia contra a adoção de uma resolução que ameace com sanções o regime de Damasco, como desejam os ocidentais.
Os russos depositaram um outro projeto de resolução para prorrogar a missão de observadores internacionais, mas sem ameaça de sanções.
A votação da resolução foi adiada para quinta-feira, após a morte de três importantes dirigentes do regime de Bashar al-Assad em um atentado em Damasco.
A este respeito, Washington afirmou que Assad está "perdendo o controle da Síria", e ressaltou a urgência de uma transição política para "evitar uma guerra civil longa e sangrenta".
O atentado, o primeiro contra ministros desde o início da revolta, foi reivindicado pelo Exército Sírio Livre, que havia anunciado na véspera "a batalha pela libertação de Damasco".