Fachada da embaixada russa em Kiev, protegida por arame farpado neste sábado, 12: governo russo ordenou retirada do local (AFP/AFP)
Da redação, com agências
Publicado em 12 de fevereiro de 2022 às 10h54.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2022 às 12h02.
Estados Unidos e Rússia estão retirando os funcionários não essenciais de suas respectivas embaixadas em Kiev, capital da Ucrânia. A medida é simbólica em meio à escalada da crise no país, um dia após a Casa Branca divulgar comunicado afirmando que a Rússia poderia invadir a Ucrânia já nos próximos dias.
O Departamento de Estado americano "ordenou a saída de funcionários da embaixada de Kiev que não atendem emergências", diante de uma "potencial ação militar russa importante" na fronteira, informou a embaixada no Twitter.
Alemanha e Bélgica também seguiram a decisão de outros países e recomendaram, neste sábado, 12, a saída de seus cidadãos da Ucrânia o mais rápido possível. Os governos pediram ainda que cidadãos não viajem para a Ucrânia a partir de agora.
O presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente americano, Joe Biden, falarão por telefone na tarde deste sábado, em nova tentativa de resolver a crise de forma diplomática. Rodadas de negociação anteriores, que vêm ocorrendo entre russos, europeus e americanos nas últimas semanas, falharam em atenuar o conflito.
A lista de países que pediram a cidadãos que se retirem da Ucrânia cresce a cada hora neste fim de semana. Os governos têm destacado que talvez não seja possível retirar as pessoas que permanecerem.
A Alemanha recomendou que seus cidadãos cuja presença não seja "imperativa" na Ucrânia deixem o país em um "curto prazo", já que não se descarta um conflito militar, afirmou seu Ministério das Relações Exteriores.
"As tensões entre a Rússia e a Ucrânia continuaram se intensificando nos últimos dias, devido à presença e ao movimento em massa de unidades militares russas perto das fronteiras ucranianas", afirmou o ministério alemão. "Não se exclui que haja um conflito militar."
O governo da Bélgica reforçou em seu comunicado que pode não haver um resgate dos cidadãos. "Se a situação se agravar, não está garantida uma retirada da Ucrânia. Por isso, recomenda-se sair do país, enquanto é possível", aconselharam as autoridades, afirmando que a situação está "imprevisível".
Além de esvaziar a embaixada, os Estados Unidos já tinham recomendado a seus cidadãos que deixassem a Ucrânia o mais rápido possível na sexta-feira, 11. Na sequência, a recomendação também foi dada por países como Reino Unido, Holanda, Canadá e Japão a seus cidadãos.
"Os cidadãos americanos na Ucrânia devem estar cientes do fato de que o governo não poderá retirá-los" no caso de uma ofensiva russa, que pode "começar a qualquer momento e sem aviso", disse o governo dos EUA.
As instituições da União Europeia também recomendaram ao pessoal não essencial de sua representação em Kiev que abandone a Ucrânia e trabalhe de forma remota de outros locais.
Assim como os EUA, a Rússia começou a reduzir sua presença diplomática na Ucrânia, justificando essa decisão por medo de "provocações" por parte das autoridades de Kiev, ou de um "terceiro país".
"Temendo as possíveis provocações do regime de Kiev, ou de terceiros países, decidimos, de fato, uma certa otimização do pessoal das representações russas na Ucrânia", disse a porta-voz da diplomacia russa em um comunicado divulgado neste sábado, respondendo a jornalistas sobre a redução de sua presença no país vizinho.
O governo dos EUA disse na sexta-feira acreditar que a Rússia - que o Ocidente estima ter mais de 100 mil soldados posicionados na fronteira ucraniana - pode atacar a Ucrânia logo após o fim das Olimpíadas de Inverno. Os Jogos acontecem neste momento em Pequim, na China, e terminam em 20 de fevereiro.
(Com AFP)