Rússia e EUA: Assad expressou ontem sua recusa a um "órgão executivo de transição" (Kevin Lamarque/Reuters)
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2016 às 09h54.
Cairo - Estados Unidos e Rússia chegaram a "um entendimento" sobre o futuro do processo político na Síria, que inclui a saída do presidente sírio, Bashar al Assad, para outro país, publicou nesta quinta-feira o jornal saudita internacional "Al-Hayat".
Uma fonte diplomática do Conselho de Segurança da ONU, citada pelo jornal, disse que o próprio secretário de Estado americano, John Kerry, informou "países árabes específicos" sobre esta opção.
Esse suposto acordo aborda o futuro do presidente sírio e sua saída a um terceiro país em "uma fase determinada", segundo a fonte não identificada do "Al-Hayat", cujo capital vem da Arábia Saudita, país que apoia A oposição síria e rejeita permanência de Assad no poder.
Segundo o jornal, esta iniciativa é conhecida nos círculos diplomáticos, mas que ainda não há um calendário para seu cumprimento pelo contexto do processo político, e nem se sabe o possível país de destino do presidente sírio.
Em novembro, antes do início das negociações entre os sírios, cerca de 20 países com interesses e influência nos lados enfrentados na Síria, entre eles Arábia Saudita, EUA e Rússia, decidiram que o poder deve ser transferido a um órgão de governo transitório.
No entanto, Assad expressou ontem sua recusa a um "órgão executivo de transição" e mostrou sua preferência por um "governo de união nacional" que inclua "diversas forças políticas sírias: opositores, independentes, membros do atual governo e outros".
A Comissão Suprema para as Negociações (CSN), principal aliança opositora síria, rejeitou essa opção, argumentando que Assad não pode ter nenhum papel na transição.
O governo americano também insistiu que a presença de Assad nessas circunstâncias é "inviável".
Espera-se que as conversas indiretas entre as autoridades sírias e a CSN em Genebra sejam retomadas em abril.
O conflito sírio, que entrou já em seu quinto ano, causou mais de 270 mil mortos e mais de 4,5 milhões de refugiados.