Mundo

EUA e Reino Unido querem "zona neutra" entre Síria e Turquia

Objetivo da criação da chamada zona desmilitarizada é proteger a população deslocada da região


	O secretário de Estado americano, John Kerry: EUA e Reino Unido estudam criação de zona neutra entre Síria e Turquia
 (Mandel Ngan/AFP)

O secretário de Estado americano, John Kerry: EUA e Reino Unido estudam criação de zona neutra entre Síria e Turquia (Mandel Ngan/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2014 às 15h27.

Washington - Os Estados Unidos e o Reino Unido informaram nesta quarta-feira que é necessário "examinar" a possibilidade de criar uma "zona neutra" ou desmilitarizada na fronteira entre Síria e Turquia para proteger a população deslocada, uma ideia proposta pelo governo turco e respaldada pela França.

"É uma ideia que vale a pena examinar. Estamos analisando em profundidade", disse o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em entrevista coletiva conjunta com o ministro das Relações Exteriores britânico, Philip Hammond.

"Este não deveria ser um problema a ser colocado sobre os ombros de Turquia, Líbano e outros países para que suas sociedades carreguem todo o peso" da crise humanitária gerada pelos que fogem da violência no Iraque e na Síria, acrescentou Kerry.

Por sua vez, Hammond afirmou que seu governo quer "explorar com outros aliados o que significaria essa zona neutra", mas é algo que "não se descarta por enquanto".

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu nesta terça-feira a criação de uma zona neutro na fronteira, e seu colega francês, François Hollande, respaldou hoje essa proposta a fim de "receber e proteger as pessoas deslocadas" pelo avanço da milícia jihadista do Estado Islâmico (EI).

Kerry declarou que a possibilidade de criar uma zona neutra "será um dos assuntos sobre os quais conversará" amanhã com o encarregado de coordenar a coalizão liderada pelos EUA contra o EI, o general reformado John Allen, quando chegar à Turquia para reuniões.

Allen, que nos últimos dias visitou Iraque, Bélgica, Jordânia e Egito, tentará durante sua visita à Turquia "determinar exatamente" o papel que o governo de Erdogan terá no combate militar contra o EI, explicou Kerry.

No entanto, o chefe da diplomacia americana esclareceu que para o governo dos EUA não é prioritário conter a tomada de Kobani, uma cidade curda situada no norte da Síria, muito perto da Turquia, apesar de Erdogan ter pedido o início de uma ofensiva terrestre para salvar essa cidade do avanço do EI.

"Por mais horrível que seja ver o que está ocorrendo em Kobani, também é importante dar um passo atrás e entender qual é o objetivo estratégico", disse Kerry.

"Apesar da crise em Kobani, os alvos originais de nossos esforços foram (atacar) os centros de comando e controle e a infraestrutura. Estamos tentando privar o EI da capacidade geral para fazer isso, não só em Kobani, mas em toda a Síria e no Iraque", acrescentou o secretário de Estado.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricosReino UnidoSíriaTurquia

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA