Benjamin Netanyahu, discursa na ONU contra o programa nuclear do Irã: o programa avançou 70% no enriquecimento de urânio necessário para obter a bomba atômica, disse (Don Emmert/AFP)
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2012 às 09h57.
Nova York - Estados Unidos e Israel "compartilham o objetivo" de evitar que Irã obtenha a arma nuclear, informou nesta quinta-feira um funcionário americano, após a reunião de alto nível entre os dois países à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, manteve um encontro de 75 minutos com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, horas após este exigir da comunidade internacional o estabelecimento de uma "linha vermelha" contra o enriquecimento de urânio por parte de Teerã.
Os dois "mantiveram uma profunda discussão sobre o Irã e reafirmaram que Estados Unidos e Israel compartilham o objetivo de evitar que Teerã obtenha a arma nuclear", explicou um funcionário do departamento de Estado.
"Concordaram em prosseguir com nossa estreita cooperação para atingir este objetivo".
Durante seu discurso na Assembleia Geral, Netanyahu disse nesta quinta-feira que "está ficando tarde, muito tarde", acrescentando que o programa nuclear iraniano já avançou 70% no processo de enriquecimento de urânio necessário para obter a bomba atômica.
"Diante de uma linha vermelha clara, o Irã cederá", afirmou o primeiro-ministro israelense, advertindo que "o futuro do mundo está em jogo".
O embaixador iraniano na ONU Eshagh al Habib, que voltou a negar a intenção de seu país de obter a arma nuclear, reagiu às declarações de Netanyahu afirmando que o Irã "é suficientemente forte para se defender e se reserva todo o direito de contra-atacar, com toda força", qualquer agressor.
Habib deve ler a declaração na Assembleia Geral da ONU, como uma "resposta às ameaças do primeiro-ministro israelense" diante dos líderes mundiais reunidos nas Nações Unidas.
Na terça-feira, o presidente americano, Barack Obama, prometeu na ONU fazer "todo o necessário" para evitar que Teerã obtenha a arma nuclear.