Bandeira palestina hasteada na Unesco: países perderam o prazo, nesta sexta-feira, para justificar o não pagamento e apresentar um plano para pagar obrigações vencidas (Joel Saget/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2013 às 13h26.
Paris - A Unesco suspendeu o direito a voto dos Estados Unidos e de Israel, dois anos após os países terem interrompido o pagamento das obrigações financeiras ao braço cultural da ONU em protesto contra o reconhecimento integral dos palestinos como membros da entidade.
A decisão dos EUA de cancelar o financiamento em outubro de 2011 teve como justificativa as leis norte-americanas que proíbem o financiamento a qualquer agência da ONU que implique no reconhecimento da demanda palestina por um Estado próprio.
Israel também retirou seu financiamento, em oposição ao que chama de tentativas unilaterais por parte dos palestinos de ganhar o reconhecimento como Estado.
Ambos os países perderam o prazo, nesta sexta-feira, para justificar o não pagamento e apresentar um plano para pagar obrigações vencidas, disse uma fonte da Unesco à Reuters. Isso provocou a suspensão automática dos direitos a voto.
Questionado, o embaixador dos EUA na Unesco, David Killion, disse que Washington considera a Unesco um "parceiro crucial na criação de um futuro melhor".
"Pretendemos continuar no engajamento com a Unesco de todas as maneiras possíveis", disse Killion.
A Unesco, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, é responsável por determinar os locais considerados patrimônios da humanidade, promover a educação no mundo e apoiar a liberdade de imprensa, entre outros deveres.
A retirada do financiamento dos EUA --cerca de 240 milhões de dólares, aproximadamente 22 por cento do orçamento da Unesco-- causou uma crise de recursos e forçou a entidade a cortar programas.
A Unesco não comentou o assunto. A lista de países cujo direito a voto foi suspenso será anunciada na reunião da Unesco no sábado, após a qual a diretora-geral Irina Bokova deve emitir um pronunciamento.
A 15º conferência-geral da organização, que reúne representantes dos Estados membros a cada dois anos, teve início na terça-feira em Paris.