Corpos de vítimas do avião da Malaysia Airlines que caiu no leste da Ucrânia (Maxim Zmeyev/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2014 às 10h51.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, expressaram nesta quarta-feira sua preocupação pelas evidências que mostram que a Rússia continua enviando armas e recursos humanos aos rebeldes no leste da Ucrânia.
"O presidente e o primeiro-ministro enfatizaram suas preocupações sobre as evidências adicionais que mostram que a Rússia continua enviando armas e combatentes através da fronteira para apoiar os separatistas", afirmou a Casa Branca em comunicado após uma conversa telefônica entre Rutte e Obama.
Os dois chefes de governo coincidiram em afirmar que "a Rússia enfrentará custos adicionais se continuar com seu apoio aos separatistas violentos e não desistir de seus esforços para desestabilizar a Ucrânia", acrescentou a nota.
Além disso, Rutte agradeceu Obama pela visita que fez nesta terça-feira à embaixada holandesa em Washington. O primeiro-ministro disse que a atitude do presidente americano "foi muito apreciada pelo povo holandês".
Obama e Rutte tiveram várias conversas nos últimos dias, após o acidente do avião da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia com 298 pessoas a bordo, das quais 193 eram holandesas.
Os dois governantes concordaram que, uma vez que forem repatriados os restos mortais das vítimas, "a principal prioridade será resguardar o local do acidente para permitir uma investigação internacional completa e transparente".
Obama louvou a decisão adotada hoje pelos ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) de condenar as ações que levaram à tragédia do avião malaio e a disposição dos mesmos para preparar sanções adicionais contra a Rússia, segundo o comunicado divulgado pela Casa Branca.
O governo dos Estados Unidos divulgou hoje imagens de satélite e outras provas que mostram que a Rússia treinou e equipou os rebeldes ucranianos que supostamente derrubaram o avião da Malaysia Airlines.
Os EUA afirmam, além disso, que a Rússia continuou fornecendo tanques, lança-foguetes e outras armas à Ucrânia depois do acidente do avião malaio, segundo a imprensa local.
O jornal "The Washington Post" e a rede de televisão "CNN" exibiram algumas das imagens divulgadas por funcionários de inteligência não identificados.
Os funcionários citaram, segundo o "Washington Post", sensores que seguiram a trajetória do míssil que supostamente derrubou o avião malaio, marcas de estilhaços na aeronave, análise de conversas dos rebeldes nas quais se atribuem a autoria do fato e fotos publicadas nas redes sociais.
As fontes disseram que os EUA detectaram o lançamento de um míssil terra-ar - justo quando aconteceu o incidente com o avião malaio - de um local no leste da Ucrânia controlado pelos rebeldes pró-Rússia.
Os funcionários também identificaram, pela primeira vez, uma instalação militar perto da cidade russa de Rostov como o principal conduto do respaldo russo aos separatistas na Ucrânia, segundo o "Post".