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EUA e França propõem sanções da ONU a combatentes islâmicos

Proposta prevê colocar em uma lista negra uma série de combatentes, arrecadadores de fundos e recrutadores ligados a grupos islâmicos radicais

Militante do Estado Islâmico segura peça de avião militar sírio ao lado de moradores de Raqqa, no norte da Síria (Reuters)

Militante do Estado Islâmico segura peça de avião militar sírio ao lado de moradores de Raqqa, no norte da Síria (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2014 às 19h26.

Nações Unidas - Um comitê do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) está estudando os pedidos dos Estados Unidos e da França de colocar em uma lista negra uma série de combatentes estrangeiros extremistas, arrecadadores de fundos e recrutadores ligados a grupos islâmicos militantes em Síria, Iraque, Afeganistão, Tunísia e Iêmen.

A proposta de sancionar pessoas da França, Arábia Saudita, Noruega, Senegal e Kuweit coincide com a adoção, esperada para quarta-feira, de uma resolução do conselho da ONU para suprimir combatentes estrangeiros extremistas.

O presidente dos EUA, Barack Obama, deve presidir a reunião.

De acordo com as solicitações confidenciais feitas ao comitê de sanções à Al Qaeda do Conselho de Segurança, e obtidas pela Reuters nesta segunda-feira, 15 nomes serão designados na tarde de terça-feira se nenhuma objeção for feita.

A lista também pode ser adiada por razões administrativas se um membro precisar de mais tempo para a análise.

A ação do conselho também coincide com o pedido de Obama por uma coalizão internacional para combater os militantes do Estado Islâmico, que capturou vastas porções de território na Síria e no Iraque, proclamou um califado no coração do Oriente Médio e exortou seus seguidores a atacarem cidadãos de diversos países.

Entre as pessoas sendo cogitadas para as sanções da ONU, que incluem uma proibição global de viagens, o congelamento de bens e um embargo de armas, está o iraquiano Abd al-Rahmanm Muhammad Mustafa al-Qaduli, líder veterano do Estado Islâmico na Síria que já atuou como vice do líder iraquiano da Al Qaeda, Abu Musab al-Zarqawi. Ao todo, os EUA propuseram 11 nomes e a França quatro, de acordo com os requisitos documentados.

Estes mostram que a lista inclui Ahmed Abdullah Saleh al-Khazmari al-Zahrani, um saudita e membro antigo da Al Qaeda que deixou o Afeganistão e o Paquistão rumo à Síria no ano passado.

Os documentos ainda dizem que Azzam Abdullah Zureik Al-Maulid al-Subhi, um saudita filiado à Al Qaeda que “é responsável pelo treinamento físico de militantes e pela coordenação de combatentes estrangeiros que viajam para o Afeganistão”, também é alvo das sanções.

Ibrahim Suleiman Hamad al-Hablain, árabe saudita especialista em explosivos e soldado das Brigadas Abdallah Azzam, formadas em 2009 e conectadas à Frente Al-Nusra, afiliada da Al Qaeda na Síria, também foi listado, assim como Seifallah ben Hassine, líder do grupo Ansar al-Sharia na Tunísia, que tem laços com a Al Qaeda no Magreb Islâmico.

O grupo está envolvido no recrutamento de jovens na Tunísia para combates na Síria.

Outra pessoa identificada é Abd al-Rahman bin Umayr al-Nuaymi, que teria “facilitado o apoio financeiro significativo à Al Qaeda no Iraque e servido como interlocutor entre líderes da Al Qaeda e doadores sediados no Catar”.

Abd al-Rahman Khalaf Ubayd Juday al-Anizi está na Síria desde 2013, onde age como facilitator para a Frente Al-Nusra, providenciando combatentes e logística para o país a partir da região do Golfo Pérsico.

Anas Hasan Khattab, sírio que auxiliou a Frente Al-Nusra e é o líder administrativo do grupo, e Maysar Ali Musa Abdallah al-Juburi, iraquiano e líder da sharia da Nusra, também estão listados.

Ainda na compilação estão Shafi Sultan Mohammed al-Ajmi, kuweitiano descrito como arrecadador ativo da Frente Al-Nusra e que “opera campanhas frequentes nas mídias sociais em busca de doações para os combatentes sírios” e o norueguês Anders Cameroon Ostensvig Dale, descrito como membro da Al Qaeda na Península Arábica que fez várias viagens ao Iêmen e recebeu treinamento para fazer coletes de bomba e improvisar artefatos explosivos e carros-bomba.

Os Estados Unidos ainda pediram que dois grupos, as Brigadas Abdallah Azzam e a Ansar al-Sharia na Tunísia, entrem na lista negra por seus vínculos com a Al Qaeda.

Entre os quatro nomes apresentados pela França estão Emilie Konig, francesa que viajou à Síria em 2012 para lutar pelo Estado Islâmico, o casal Kevin Guiavarch e Salma Oueslati, cujo marido luta ao lado dos militantes da Frente Al-Nusra, e Oumar Diaby, líder senegalês de um grupo armado com cerca de 80 membros na Síria ligado à Nusra.

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