Obama: presidente americano conversou com seu colega cubano, Raúl Castro, por telefone (Brendan Smialowski/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2014 às 14h15.
Os Estados Unidos e Cuba iniciaram uma aproximação histórica nesta quarta-feira, encaminhando-se para retomar os laços diplomáticos e aliviar as cinco décadas de embargo comercial americano contra o vizinho comunista.
Na sequência de uma troca de prisioneiros, autoridades americanas informaram que o presidente Barack Obama estava pronto para negociar os termos para reabrir a embaixada dos Estados Unidos em Cuba, que está fechada desde 1961.
Obama conversou com seu colega cubano, Raúl Castro, por telefone, e ambos os líderes farão pronunciamentos às 17h00 GMT (15h00 de Brasília), definindo os próximos passos para um degelo de suas relações.
"Está claro que décadas de isolamento dos Estados Unidos de Cuba não conseguiram alcançar o nosso objetivo permanente de promover a ascensão de uma Cuba democrática, próspera e estável", informou a Casa Branca.
"Hoje, estamos renovando nossa liderança nas Américas", disse em um comunicado divulgado para introduzir o discurso de Obama, confirmando que as negociações vão começar no restabelecimento de relações diplomáticas plenas.
"Estamos escolhendo soltar a âncora do passado, porque isso é absolutamente necessário para alcançar um futuro melhor - para os nossos interesses nacionais, para o povo americano e para o povo cubano".
Em Havana, a televisão estatal informou que Castro - irmão do líder revolucionário cubano Fidel - também fará um discurso.
Autoridades americanas declararam que o papa Francisco, o primeiro pontífice da América Latina, desempenhou um papel fundamental na mediação da reaproximação.
Os Estados Unidos impuseram um embargo comercial contra Cuba - o inimigo da Guerra Fria mais próximo de sua costa - em 1960 e os dois países não têm relações diplomáticas desde 1961.
O embargo prejudica a economia da ilha caribenha, mas não conseguiu derrubar o governo comunista liderado pelos irmãos Castro.
A notícia da aproximação chegou na sequência da libertação por Cuba de Alan Gross, de 65 anos, um empreiteiro americano mantido prisioneiro por cinco anos sob acusações de espionagem, e de um suposto agente americano não identificado.
Em troca do segundo prisioneiro, os Estados Unidos libertaram três supostos espiões cubanos.
Ambos os lados haviam apontado a libertação de seus cidadãos como pré-condição para a abertura de negociações.