Manobras: os exercícios conjuntos "estão orientados à defesa e que não há razão para que a Coreia do Norte os veja como provocação", disse os EUA (Jonathan Ernst/Reuters)
AFP
Publicado em 20 de março de 2018 às 06h43.
Coreia do Sul e Estados Unidos afirmaram nesta terça-feira que retomarão seus exercícios militares conjuntos, suspensos para evitar interferências durante os Jogos de Inverno, apesar do degelo das relações com Pyongyang.
"Esperamos retomar os exercícios no dia 1º de abril, em uma escala similar a dos anos anteriores", declarou uma porta-voz do ministério sul-coreano da Defesa.
As manobras conjuntas em grande escala, realizadas anualmente, envolvem milhares de homens e sempre geram tensão na Península coreana.
O Pentágono declarou em um comunicado que os exercícios conjuntos "estão orientados à defesa e que não há razão para que a Coreia do Norte os veja como provocação".
Pyongyang considera que são um ensaio geral para a invasão do e seu território.
No momento estão em andamento conversações para uma cúpula entre os líderes das duas Coreias, em abril, após a qual está programado um encontro entre o presidente americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-Un.
O degelo diplomático gerou muitas especulações de que este ano as manobras pudessem ser suspensas para pavimentar o caminho do diálogo.
Segundo um alto funcionário sul-coreano que viajou a Pyongyang este mês, Kim deixou claro que "entende" a manutenção dos exercícios.
Este reconhecimento contrasta com a posição adotada no passado por Pyongyang, que em muitas ocasiões respondeu aos exercícios com suas próprias manobras militares e disparos de mísseis balísticos.
As manobras conjuntas entre EUA e Coreia do Sul têm duas fases: a operação terrestre, Foal Eagle, que mobiliza cerca de 11.500 militares americanos e 290 mil sul-coreanos; e a operação Key Resolve, que consiste em uma simulação informática.
Os Estados Unidos têm 30 mil militares estacionados na Coreia do Sul de forma permanente.