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EUA e China prometem colaboração apesar de tensões

A relação entre as duas potências mudou, desde que o governo do presidente Barack Obama transformou a região Ásia-Pacífico em prioridade de sua política externa


	EUA e China: a relação entre as duas potências mudou, desde que o governo do presidente Barack Obama transformou a região Ásia-Pacífico em prioridade de sua política externa
 (Saul Loeb / Reuters)

EUA e China: a relação entre as duas potências mudou, desde que o governo do presidente Barack Obama transformou a região Ásia-Pacífico em prioridade de sua política externa (Saul Loeb / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2016 às 09h13.

Estados Unidos e China defenderam um trabalho como sócios, e não rivais, durante o encontro anual diplomático entre os dois países, marcado pelas tensões no Mar da China Meridional.

As duas principais potências mundiais se reúnem na segunda-feira e terça-feira em Pequim para a oitava edição do chamado Diálogo Estratégico e Econômico.

Mas o panorama mudou nos últimos meses, desde que o governo do presidente Barack Obama transformou a região Ásia-Pacífico em prioridade de sua política externa, com o objetivo de contra-atacar a influência chinesa.

Na abertura do encontro, o presidente chinês Xi Jinping estabeleceu o tom ao destacar que região deve ser um "espaço de cooperação e não de competição".

Ele pediu que "Estados Unidos e China reforcem a confiança recíproca e a cooperação na Ásia-Pacífico".

Ao mesmo tempo, o secretário Estado americano John Kerry, acompanhado na viagem pelo secretário do Tesouro Jacob Lew, disse que "somos nós, Estados Unidos e China, os que temos que conseguir ser mais sócios que rivais".

No fim de semana, os dois países trocaram acusações sobre "provocações" na questão territorial do Mar da China Meridional, que provoca divergências entre Pequim e os países vizinhos.

Em um ambiente muito mais diplomático, Kerry se limitou nesta segunda-feira a "estimular todas as nações para que encontrem uma solução diplomática" e evitem ações "unilaterais" na crise do Mar da China Meridional.

A tensão na área aumentou à espera de uma decisão do tribunal arbitral de Haia por uma denúncia das Filipinas contra a China.

A China reivindica a quase totalidade do Mar da China Meridional, onde o país realiza obras ao redor de pequenas ilhas disputadas pelos países da região, o que provoca muitos protestos dos vizinhos Vietnã, Filipinas, Brunei e Malásia.

Kerry criticou no domingo, durante uma visita à Mongólia, a "militarização" da via marítima, muito rica em recursos naturais e crucial para o comércio mundial. Pequim respondeu que "os países externos à região deveriam desempenhar um papel construtivo e não o inverso".

Embora Washington afirme que não tomou posição no conflito, o governo americano enviou navios de guerra para áreas próximas das ilhas controladas por Pequim.

"Estamos preocupados. As tensões no Mar da China Meridional são mais elevadas que ano passado", disse uma fonte diplomática americana.

Direitos humanos e aço

Este ano os dois países devem abordar outros temas, como a situação na Coreia do Norte e Taiwan, a mudança climática, a segurança virtual, o terrorismo, direitos humanos e cooperação econômica.

Kerry e Lew se reunirão com o vice-premier ministro Wang Yang e o conselheiro de Estado Yang Jiechi, responsável pela política externa chinesa.

Nesta segunda-feira, Kerry ressaltou que é "imperativo manter a pressão sobre a Coreia do Norte com o propósito de deter todos os atos que ameaçam a paz e a segurança de seus vizinhos".

O secretário de Estado elogiou a cooperação dos dois países contra o regime comunista, condenado pelo Conselho de Segurança da ONU por seu programa de armas atômicas e de mísseis balísticos.

Os países também abordaram temas polêmicos, como as "diferenças em termos de direitos humanos, no tratamento de pessoas e a aplicação da lei", nas palavras de Kerry.

No plano econômico, o secretário do Tesouro Jacob Lew criticou a China, líder mundial do setor de aço, e pediu que país reduza o excedente de produção de suas siderúrgicas, que "deformam e prejudicam" o mercado mundial do metal.

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