Os EUA querem aumento do acesso de empresas norte-americanas na China (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2011 às 13h52.
Washington - Os Estados Unidos e a China começam dois dias de reuniões nesta segunda-feira, uma oportunidade para as duas maiores economias do mundo lidarem com suas diferenças.
A exigência de Washington para uma reforma cambial de Pequim deve ser combatida com expressões de preocupação da China, maior credor dos EUA, sobre o elevado nível da dívida norte-americana.
O Diálogo Estratégico e Econômico deste ano, reuniões que cobrem questões econômicas e diplomáticas, acontece quase uma semana antes dos EUA atingirem o limite legal de dívida pública, em 16 de maio.
Antes das conversas, autoridades chinesas deixaram claro que estão acompanhando as negociações entre o governo de Barack Obama e os republicanos para conter o projetado déficit orçamentário de 1,4 trilhão de dólares.
"Nós esperamos que os EUA, na limpeza fiscal, sejam capazes de adotar medidas eficazes, baseadas na proposta do presidente Obama", disse o vice-ministro das Finanças chinês, Zhu Guangyao, na sexta-feira.
As autoridades dos EUA, por sua vez, têm uma série de demandas, como o aumento do acesso de empresas norte-americanas na China e a implementação mais rápida de reformas no mercado financeiro, além de um regime cambial mais flexível e juros mais altos na China.
O secretário de Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, reuniu-se com o vice-premiê da China, Wang Qishan, durante um jantar no domingo, antes dos encontros formais.
O lado estratégico do diálogo será liderado pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e pelo chinês Dai Bingguo, assessor de política externa para os principais líderes do país.
Lidando com as diferenças
Os EUA disseram que pretendem pressionar a China sobre questões de direitos humanos, assunto sensível por causa da preocupação de Pequim com o impacto das insurgências em nações árabes.
A política cambial é um tópico perene. Os EUA alegam que o iuan chinês está subvalorizado e que deve ser permitida uma apreciação mais rápida da moeda para possibilitar um equilíbrio comercial maior entre as duas maiores economias do mundo.
"Nós vamos encorajar a China a agir mais rápido para elevar o teto dos juros em depósitos bancários com o fim de colocar mais dinheiro no bolso dos consumidores chineses", disse o coordenador do Tesouro norte-americano para a China, David Loevinger, na semana passada.