Mundo

EUA e China entram em confronto na OMS por missão científica em Wuhan

A equipe de especialistas independentes liderada pela OMS que tenta determinar as origens do novo coronavírus chegou em 14 de janeiro a Wuhan

OMS: a análise comparativa de tais dados genéticos ajudaria a "buscar sobreposições e potenciais fontes" do surto que deflagrou a pandemia de covid-19 (Aly Song/Reuters)

OMS: a análise comparativa de tais dados genéticos ajudaria a "buscar sobreposições e potenciais fontes" do surto que deflagrou a pandemia de covid-19 (Aly Song/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 18 de janeiro de 2021 às 17h32.

Os Estados Unidos apelaram à China nesta segunda-feira para permitir que uma equipe de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) entreviste "cuidadores, ex-pacientes e trabalhadores de laboratórios" na cidade central de Wuhan, em iniciativa que foi criticada por Pequim.

A equipe de especialistas independentes liderada pela OMS que tenta determinar as origens do novo coronavírus chegou em 14 de janeiro a Wuhan, onde está realizando teleconferências com colegas chineses durante uma quarentena de duas semanas antes de começar o trabalho presencial.

Os Estados Unidos, que têm acusado a China de esconder a extensão de seu surto inicial, pediram uma investigação "transparente" liderada pela OMS e criticaram os termos da visita, sob a qual especialistas chineses fizeram a primeira fase da pesquisa.

Garrett Grigsby, do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, que chefia a delegação dos EUA, disse que a China deveria compartilhar todos os estudos científicos sobre amostras animais, humanas e ambientais retiradas de um mercado em Wuhan, onde acredita-se que o vírus SARS-CoV-2 tenha surgido, no final de 2019.

A análise comparativa de tais dados genéticos ajudaria a "buscar sobreposições e potenciais fontes" do surto que deflagrou a pandemia de covid-19, disse ele ao Conselho Executivo da OMS.

"Temos o dever solene de garantir que esta investigação decisiva seja confiável e conduzida de forma objetiva e transparente", disse Grigsby, que também se referiu às variantes do vírus encontradas no Brasil, Reino Unido e África do Sul.

Sun Yang, diretor-geral do gabinete de resposta a emergências de saúde da Comissão Nacional de Saúde da China, afirmou ao conselho: "Os estudos sobre a origem do vírus são de natureza científica. É preciso coordenação e cooperação. Precisamos interromper qualquer pressão política".

A delegação da Austrália também pediu que a equipe da OMS tenha acesso a "dados, informações e localizações-chave relevantes".

"Não há garantias de respostas", disse o chefe de emergência da OMS, Mike Ryan, a repórteres na sexta-feira. "É uma tarefa difícil estabelecer totalmente as origens e às vezes pode levar duas, três ou quatro tentativas para conseguir fazer isso em cenários diferentes."

Acompanhe tudo sobre:ChinaCoronavírusEstados Unidos (EUA)OMS (Organização Mundial da Saúde)PandemiaPequim

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru