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EUA dizem que meta na Síria é derrotar Estado Islâmico

O foco do governo Trump não é retirar o presidente sírio Bashar al-Assad do poder, mas acabar com o EI

Donald Trump: Presidente dos EUA Trump disse que as imagens de crianças sírias mortas mudaram a sua opinião sobre Assad e provocaram a decisão de atacar (Kevin Lamarque/Reuters)

Donald Trump: Presidente dos EUA Trump disse que as imagens de crianças sírias mortas mudaram a sua opinião sobre Assad e provocaram a decisão de atacar (Kevin Lamarque/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de abril de 2017 às 15h20.

Última atualização em 9 de abril de 2017 às 15h24.

Washington - O governo Trump afirmou neste domingo (9) que o seu foco na Síria é a derrota do Estado Islâmico, não a retirada do presidente Bashar al-Assad do poder. O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, e o conselheiro de Segurança Nacional H.R. McMaster, em entrevistas separadas, disseram que a decisão da administração na semana passada de atacar uma base do regime de Assad não é um sinal de que os EUA estão agora concentrados em derrubar o líder sírio.

"Nossa prioridade é primeiro a derrota do Estado Islâmico", disse Tillerson em entrevista a George Stephanopoulos na rede de televisão ABC. "Uma vez que consigamos eliminar a batalha contra o Estado Islâmico, concluir isso - e está indo muito bem - então esperamos voltar nossa atenção para acordos de cessar-fogo entre o regime e as forças da oposição."

O tenente-general McMaster fez eco aos comentários de Tillerson em entrevista à rede Fox News. "Tem que haver um grau de atividade simultânea, assim como sequenciamento da derrota do Estado Islâmico primeiro." Ele disse que o ataque de mísseis de Trump foi um "sinal muito forte para Assad e seus patrocinadores "que os EUA não ficarão de braços cruzados" e que a Rússia agora deve reconsiderar o apoio ao "regime assassino".

Questionamentos sobre a política dos Estados Unidos surgiram depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou ataques aéreos contra uma base aérea do regime no noroeste da Síria que se julgava ser o local de onde partiram pilotos que realizaram um ataque com armas químicas que matou pelo menos 85 pessoas, incluindo 27 crianças.

Até a semana passada, Trump e a administração haviam falado de Assad como um parceiro potencial na luta contra o Estado islâmico. Isso mudou com o uso de armas químicas atribuído ao regime de Assad. Trump disse que as imagens de crianças sírias mortas e morrendo intoxicadas mudaram a sua opinião sobre Assad e provocaram a sua decisão de atacar.

No domingo, porém, Tillerson disse que o foco principal dos EUA na Síria é destruir o Estado Islâmico, que é o foco de uma intensa campanha militar dos EUA visando a capital de fato do grupo extremista em Raqqa. Contudo, Tillersone e McMaster, juntamente com a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Nikki Haley, disseram que os EUA não veem futuro para Assad na Síria.

Os EUA estão investigando o que a Rússia pode ter sabido sobre o ataque com armas químicas da semana passada. As forças russas operam lado a lado com as forças sírias no aeródromo de Shayrat, que foi alvo do ataque norte-americano. Oficiais militares dos EUA disseram na semana passada que estavam tentando determinar se um piloto russo atingiu um hospital de campo rebelde onde vítimas do ataque com armas químicas foram levadas para tratamento.

Embora os militares norte-americanos tenham dito não ter nenhuma evidência firme de que a Rússia estava envolvida no ataque, Nikki disse que ou Moscou sabia do uso de armas químicas ou é perigosamente ignorante do que seu aliado sírio está fazendo.

"A Rússia tem que nos dizer qual dessas opções é a correta. Ou eles sabiam que havia armas químicas e sabiam que haveria uso de armas químicas e simplesmente esconderam da comunidade internacional, ou eles estão sendo feitos de tolos por Assad com relação a armas químicas e estão apenas no escuro e não sabem nada sobre isso", afirmou.

 

 

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