O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: os EUA "encorajam os moradores da Venezuela a continuarem com seus esforços para promover o diálogo democrático e eleições livres e justas na Venezuela" (Enrique De La Osa/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2015 às 15h00.
Washington - O governo americano afirmou nesta sexta-feira que os problemas na Venezuela "não podem ser resolvidos com um diálogo com os Estados Unidos", mas com um diálogo entre venezuelanos, e assinalou que até agora não recebeu nenhuma proposta formal para iniciar uma conversa que reduza as tensões bilaterais.
Um porta-voz do Departamento de Estado disse à Agência Efe que não houve "nenhum contato" sobre a possibilidade de o Equador atuar como mediador em um diálogo entre Estados Unidos e Venezuela, dentro de um "grupo de facilitadores" promovido pela Aliança Bolivariana (Alba) e outros órgãos regionais.
"Embora estejamos dispostos a nos comunicar diretamente com o governo venezuelano igual fazemos com outros governos, os problemas na Venezuela não podem ser resolvidos mediante um diálogo com os Estados Unidos", afirmou o porta-voz.
"Os problemas políticos e econômicos da Venezuela só serão resolvidos se os venezuelanos falarem uns com os outros em um clima de respeito com os direitos humanos e com a democracia", acrescentou.
O governo americano "encoraja os moradores da Venezuela a continuarem com seus esforços para promover o diálogo democrático e eleições livres e justas na Venezuela", concluiu a fonte.
Em uma cúpula da Alba realizada na terça-feira em Caracas, os chanceleres desse grupo decidiram criar uma equipe de "facilitadores" de um diálogo entre EUA e Venezuela, em coordenação com outros organismos como a União de Nações Sul-americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse na quarta-feira que tinha proposto ao Equador, por meio do chanceler Ricardo Patiño, que liderasse esse grupo, pois o país ocupa a presidência temporária da Celac.
O Equador aceitou liderar esse mecanismo e se comprometeu a utilizar "todas as ferramentas diplomáticas, os níveis de comunicação, os espaços de aproximação que houver entre os países de Alba, Celac, Unasul, para os Estados Unidos", disse Patiño na quarta à Efe.
A relação entre Venezuela e EUA, muito debilitada após a retirada mútua de embaixadores em 2010, se agravou depois de o presidente americano, Barack Obama, declarar "emergência nacional à segurança dos Estados Unidos pela ameaça da situação na Venezuela" e impor sanções a sete funcionários venezuelanos.
O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) discutiu nesta quinta-feira essa crescente tensão em uma sessão onde a maioria dos países pediram que Estados Unidos e Venezuela iniciem um diálogo bilateral.