Rex Tillerson: diferentemente da postura adotada até agora, proposta de diálogo foi feita sem pré-condições (Kevin Lamarque/Reuters)
Reuters
Publicado em 13 de dezembro de 2017 às 09h36.
Última atualização em 13 de dezembro de 2017 às 09h37.
Washington/Seul - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, propôs iniciar conversas diretas com a Coreia do Norte sem pré-condições, recuando da exigência norte-americana crucial de que primeiro Pyongyang precisa aceitar que abdicar de seu arsenal nuclear seria parte de qualquer negociação.
A nova abordagem diplomática de Tillerson surge quase duas semanas depois de a Coreia do Norte ter dito que testou com sucesso um novo míssil balístico intercontinental (ICBM) que coloca todo o território continental dos EUA ao alcance de suas armas nucleares.
"Vamos simplesmente nos reunir", disse Tillerson em um discurso no centro de estudos Conselho do Atlântico, em Washington, na terça-feira.
Mais tarde a Casa Branca emitiu um comunicado ambíguo que não esclareceu se o presidente Donald Trump - que disse que Tillerson perde tempo buscando o diálogo com os norte-coreanos - deu seu aval ao discurso.
"As opiniões do presidente sobre a Coreia do Norte não mudaram", disse a Casa Branca. "A Coreia do Norte está agindo de uma maneira arriscada... as ações da Coreia do Norte não são boas para ninguém, e certamente não são boas para a Coreia do Norte".
Em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lu Kang, disse que a China aplaude todos os esforços para amenizar a tensão e promover o diálogo para resolver o problema.
A China espera que os EUA e a Coreia do Norte possam encontrar um meio-termo e dar passos significativos para o diálogo e o contato, disse ele aos repórteres.
Antes da fala de Tillerson, o líder norte-coreano, Kim Jong Un, prometeu desenvolver mais armas nucleares enquanto condecorava pessoalmente cientistas e autoridades que contribuíram para o desenvolvimento do ICBM mais avançado de Pyongyang, noticiou a mídia estatal nesta quarta-feira.
Na terça-feira, Kim disse que os cientistas e trabalhadores continuarão a fabricar "mais armas e equipamentos de ponta" para "fortalecer a potência nuclear em qualidade e quantidade", relatou a agências de notícias KCNA.
Embora reiterando a posição já antiga de Washington de que seu país não pode tolerar uma Coreia do Norte com armas nucleares, Tillerson disse que os EUA estão "prontos para conversar a qualquer momento em que eles estejam prontos para conversar", mas que primeiro precisará haver um "período de silêncio" sem testes nucleares e de mísseis.
Já o Japão defendeu a estratégia de pressionar o regime a abrir mão de seu arsenal nuclear por meio de sanções.