Obama: porta-voz da Casa Branca disse que o presidente "poderia" já ter preparado uma lista de candidatos a embaixador americano em Cuba, mas ainda não há nenhum anúncio a fazer (Kevin Lamarque/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2015 às 17h47.
Washington - Depois de o presidente cubano, Raúl Castro, declarar que a partir do fim de maio será possível proceder a "nomear embaixadores", os Estados Unidos afirmaram nesta terça-feira que ainda há "trabalho a fazer" com Cuba antes de abrir embaixadas nas respectivas capitais.
"Uma troca de embaixadores seria um procedimento lógico, mas unicamente quando as relações diplomáticas forem restabelecidas, e não temos um prazo fixo para isso, continuamos negociando. Ainda temos trabalho a fazer antes de estarmos preparados para dar esse passo", comentou um porta-voz do Departamento de Estado, Jeff Rathke, em sua entrevista coletiva diária.
Castro disse que a negociação entre Cuba e Estados Unidos "vai bem" e que, após a saída oficial da ilha da lista de países patrocinadores do terrorismo, no fim de maio, será possível "nomear embaixadores".
"No dia 29 de maio (quando termina o prazo de 45 dias), essa injusta acusação já terá sido suspensa e poderemos nomear os embaixadores", opinou Castro, em referência à data em que entrará em vigor a decisão anunciada em abril pelo presidente americano, Barack Obama, sobre a saída de Cuba da lista.
O porta-voz americano ressaltou nesta terça-feira que os Estados Unidos "sempre mantiveram" que o processo de restabelecimento de relações diplomáticas com Cuba, rompidas desde 1961, "se basearia no andamento" das negociações e não na vontade de concluir logo o processo.
"Não estamos operando em um prazo fixo, ainda temos assuntos que precisam ser resolvidos e não temos uma data limite para fazer isso", afirmou Rathke.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse hoje aos jornalistas que Obama "poderia" já ter preparado uma lista de candidatos a embaixador americano em Cuba, mas ainda não há nenhum anúncio a fazer a respeito.
Enquanto isso, Rathke garantiu que ainda não há uma data "confirmada" para a quarta rodada de negociações com Cuba para restabelecer as relações, mas disse que o "lógico" seria realizá-la em Washington, visto que até agora esse diálogo se alternou entre Havana e a capital americana.
A última rodada de negociações aconteceu em março, em Havana, quase um mês antes da Cúpula das Américas no Panamá, onde Obama e Castro se encontraram pessoalmente.
Antes de abrir uma embaixada em Havana, os Estados Unidos querem garantir, entre outras coisas, a liberdade de movimentação dos diplomatas americanos em Cuba.
Castro lembrou nesta terça-feira que foi o governo de Ronald Reagan que impôs limites ao deslocamento dos funcionários cubanos na capital americana e em Nova York.
No entanto, admitiu que sua maior preocupação é o comportamento que terão os diplomatas da embaixada americana em Havana, que, segundo disse, "dão aulas e teleconferências" a "jornalistas independentes".
Os EUA insistiram hoje que a normalização de relações tem que acontecer antes da abertura de embaixadas, já Castro opinou que para chegar à fase de normalização "é preciso eliminar o bloqueio completo" a Cuba e "a base de Guantánamo deve ser devolvida". EFE