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EUA devem puxar desaceleração global

Pesquisa da Reuters estima que há uma chance de apenas 15 % dos EUA retornarem à recessão

EUA devem puxar a desaceleração global mas economias emergentes como Índia e China amortecerão o impacto (Arquivo/AFP)

EUA devem puxar a desaceleração global mas economias emergentes como Índia e China amortecerão o impacto (Arquivo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Londres - As maiores economias do mundo, lideradas pelos Estados Unidos, irão desacelerar no restante do ano, mas existe apenas uma pequena chance de retorno à recessão, mostrou uma pesquisa da Reuters com 250 economistas

O resultado da pesquisa, realizada após dados mostrarem corte de empregos nos EUA, são surpreendentemente otimistas dadas as expectativas de que o Federal Reserve anuncie nesta terça-feira novas medidas para estimular a economia.

A maioria dos analistas e investidores está confiante de que o crescimento robusto de economias emergentes como Índia e China amortecerá o impacto de uma brecada da economia dos EUA.

Também há um alívio com a crise soberana da zona do euro. Gerada em Atenas mais cedo neste ano, a crise não tomou as proporções que muitos temiam, e outros países menores parecem ter escapado do destino da Grécia.

A pesquisa da Reuters estima que há uma chance de 15 por cento dos EUA retornarem à recessão, mesma porcentagem da sondagem realizada há um mês. Porém, dois terços dos analistas reduziram suas previsões de crescimento para o país na segunda metade do ano.

A mediana das projeções estima que a economia norte-americana crescerá 2,9 por cento em 2010 como um todo, da projeção anterior de 3 por cento. Foi prevista expansão de 2,7 por cento para 2011, de 2,8 por cento na pesquisa anterior.


                                <p class="pagina">"O risco de uma recaída na recessão é material, mas o resultado mais  provável é o que nós conseguiremos evitá-la", disse o economista-chefe  do Goldman Sachs, Jan Hatzius, em comunicado aos clientes.</p>

Na zona do euro, onde dados recentes tem sido mais fortes, levando o euro a máximas em três meses, a chance de retorno à recessão caiu para 15 por cento, de 20 por cento na pesquisa do mês passado.

Para a Grã-Bretanha, que enfrenta o maior corte de gastos estatais em gerações, a pesquisa mostrou que a probabilidade da economia retornar à recessão se manteve estável, em 20 por cento.

A economia japonesa deve registrar um ritmo modesto de crescimento até o ano que vem, mas o problema da deflação não deve diminuir em breve.

As perspectivas de alta das taxas de juros no curto prazo são remotas. O Fed não deve elevar os juros norte-americanos em pelo menos um ano, assim como o Banco Central Europeu (BCE), o Banco da Inglaterra e o Banco do Japão.


                                                           <p class="pagina"><strong>Poucos empregos novos</strong></p>

O que continua sendo o maior desafio para essas economias é o desemprego. A retomada após a profunda recessão de 2008 e 2009 não é forte o suficiente para deixar as empresas confiantes e fazer com que elas contratem de volta os trabalhadores demitidos.

Com a perspectiva de crescimento reduzida e os governos e bancos centrais obrigados a usar as últimas ferramentas restantes de estímulo à economia, parece claro que o desemprego continuará sendo um importante desafio econômico nos próximos meses.

Isso também deve limitar o gasto do consumidor, algo fundamental para o crescimento econômico, especialmente na economia dos EUA.

"Com o impulso de fundos de estímulos acabando e a possibilidade de estímulos fiscais adicionais vindas do Congresso se tornando menos provável, a questão agora é se a demanda privada pode assumir o que o governo deixou", disse David Wyss, economista-chefe da Standard & Poor's.

"Nós esperamos que a recuperação continue, ainda que em um ritmo lento."

A inflação deve continuar controlada na zona do euro e nos EUA, dando espaço para as autoridades monetárias manterem as taxas de juros nas mínimas recordes, enquanto a deflação deve persistir no Japão.

A exceção é a Grã-Bretanha, onde a inflação está bem acima da meta de 2 por cento do banco central e não deve cair abaixo desse ponto no horizonte previsto.

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