Loretta Lynch, procuradora-geral dos EUA: "continuamos investigando e detendo os que tentam nos causar danos" (Jonathan Ernst/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2015 às 15h37.
Washington - O governo dos Estados Unidos deteve mais de 70 suspeitos de terrorismo desde 2013 e os levou perante a Justiça por terem treinado no exterior para atentar contra o país ou divulgar propaganda do Estado Islâmico (EI) nas redes sociais, informou nesta terça-feira a procuradora-geral do país, Loretta Lynch.
"Continuamos investigando e detendo os que tentam nos causar danos, incluindo mais de 70 indivíduos acusados de condutas relacionadas com combate no exterior e extremismo violento colhido dentro do país", assinalou Lynch durante uma audiência na Câmara dos Representantes dos EUA.
Durante seu comparecimento parlamentar, Lynch respondeu a perguntas sobre terrorismo relacionadas com a resposta dos EUA a ameaças similares ao ataque realizado em Paris na sexta-feira, no qual morreram pelo menos 129 pessoas e mais de 350 ficaram feridas.
"Estamos trabalhando dia e noite para frustrar planos que se dirijam contra nossa gente, nossa infraestrutura e nosso modo de vida", garantiu a procuradora-geral.
Os legisladores republicanos do comitê, que são maioria nas duas câmaras do Congresso, também perguntaram a Lynch sobre os procedimentos de segurança que rodeiam a entrada nos EUA, em qualidade de refugiados, de cidadãos sírios que fogem do conflito que está assolando seu país.
Ontem, até 26 estados, a grande maioria governados por republicanos, manifestaram sua oposição a aceitar refugiados sírios e hoje o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, instou o governo a suspender a recepção de refugiados "até que não haja uma certeza" de que não representarão um perigo.
Em seu discurso, Lynch defendeu o programa americano para supervisionar a entrada de refugiados procedentes da Síria por meio de entrevistas individuais e a revisão da identidade dos solicitantes e seus antecedentes penais nas bases de dados de diferentes agências federais.
"É certo que há desafios neste processo, devido à situação na Síria", reconheceu Lynch.
"Mas eu gostaria destacar, no entanto, que temos o benefício de ter um sistema de revisão rigoroso. Um processo que a Europa não foi capaz de implementar, o que os torna muito mais vulneráveis", acrescentou a procuradora.
O governo do presidente Barack Obama anunciou em setembro que o país planeja receber até 10.000 cidadãos sírios refugiados durante o ano fiscal 2016, que começou em 1º de outubro, um plano que a Casa Branca reiterou após os ataques.
A descoberta de um passaporte sírio perto dos restos de um dos terroristas suicidas em Paris despertou a rejeição à recepção de refugiados sírios tanto na Europa como nos EUA, onde congressistas e pré-candidatos republicanos à presidência alçaram sua voz contra estas pessoas.