Navios chineses cruzam o Mar da China Oriental chegando às ilhas conhecidas como Senkaku no Japão e Diaoyu na China (Kyodo/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2013 às 17h03.
Washington - Dois aviões militares dos Estados Unidos voaram na região das ilhas disputadas por China e Japão sem informar o governo chinês, afirmou o Pentágono nesta terça-feira, desafiando, assim, a declaração chinesa de que a região faz agora parte de uma zona de defesa aérea.
"Nós fizemos operações na área das Senkakus. Estamos continuando com os nossos procedimentos normais. Não estamos apresentando planos de voos, contatando previamente pelo rádio e nem registrando as nossas frequências", afirmou o coronel Steve Warren, se referindo às ilhas pelo nome japonês.
Não houve resposta chinesa, disse ele. Os voos ocorreram, segundo o Pentágono, na segunda-feira.
A China divulgou as coordenadas da nova zona de defesa aérea do Mar da China Oriental no fim de semana e alertou que tomaria "medidas defensivas de emergência" contra aviões que não se identificassem naquela região.
A zona inclui o céu sobre as ilhas que são disputadas entre chineses e japoneses.
Aliados do Japão, os Estados Unidos criticaram a medida. O secretário de Defesa norte-americano, Chuck Hagel, classificou-a como uma "tentativa desestabilizadora de alterar o status quo da região". No sábado, ele havia dito que os EUA não mudariam a forma como operam no lugar.
Segundo a Casa Branca, a disputa entre a China e o Japão deve ser resolvida diplomaticamente. "Essas são diferenças que não devem ser tratadas com ameaças, mas que podem e devem ser resolvidas com diplomacia", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.
Especialistas afirmaram que a medida teria como objetivo enfraquecer a reivindicação de Tóquio sobre a área, incluindo as não habitadas pequenas ilhas chamadas de Senkaku pelos japoneses e de Diaoyu pelos chineses.
Ao mesmo tempo que os EUA não se posicionam em relação à soberania das ilhas, o país reconhece o controle administrativo do Japão sobre elas e dessa forma, segundo tratado, defenderia o aliado em caso de conflito.
Na segunda-feira, a China disse que havia protestado junto às embaixadas japonesa e norte-americana em Pequim, reclamando das críticas dos dois países sobre a zona de defesa.
Nesta terça-feira, Pequim enviou o seu porta-aviões para uma missão de treinamento no Mar do Sul da China, em meio a disputas marítimas com as Filipinas e outros vizinhos.