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EUA define nova estratégia para o Ártico, que sofre com o aquecimento global

O aquecimento global está derretendo o gelo marinho, abrindo áreas previamente fechadas ao transporte marítimo e oferecendo novas oportunidades para que países como EUA, Rússia e China compitam por recursos e influência na região

Ártico: invasão da Ucrânia por parte da Rússia, que tem o maior litoral ártico do mundo, levou as tensões entre Washington e Moscou para níveis inéditos desde a Guerra Fria.  (Hans Strand/Getty Images)

Ártico: invasão da Ucrânia por parte da Rússia, que tem o maior litoral ártico do mundo, levou as tensões entre Washington e Moscou para níveis inéditos desde a Guerra Fria.  (Hans Strand/Getty Images)

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AFP

Publicado em 7 de outubro de 2022 às 17h25.

O governo dos Estados Unidos divulgou nesta sexta-feira (7) uma nova estratégia para o Ártico, que incorpora as crescentes consequências do aquecimento global e prevê uma intensificação da competência internacional na região. 

O aquecimento global está derretendo o gelo marinho, abrindo áreas previamente fechadas ao transporte marítimo e oferecendo novas oportunidades para que países como Estados Unidos, Rússia e China compitam por recursos e influência na região.

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Mas a invasão da Ucrânia por parte da Rússia, que tem o maior litoral ártico do mundo, levou as tensões entre Washington e Moscou para níveis inéditos desde a Guerra Fria.

"O Ártico, lar de quatro milhões de pessoas, tem importantes recursos naturais e ecossistemas únicos, e está experimentando uma transformação fenomenal", afirma o documento do governo americano.

"Sob influência das mudanças climática, esta transformação desafiará a vida no Ártico, criará novas oportunidades econômicas e poderia intensificar a concorrência estratégica entre os países", acrescenta o texto.

A nova estratégia inclui quatro áreas principais: segurança, mudança climática e proteção ambiental, desenvolvimento econômico sustentável e cooperação internacional.

"Nossa principal prioridade é proteger o povo americano, assim como nosso território e nossos direitos soberanos", diz o documento.

Cooperar com Moscou é 'quase impossível'

"Estamos decididos a garantir a segurança de nossos aliados e apoiar nossos parceiros na região", acrescenta o texto, enquanto Suécia e Finlândia, dois importantes países do Ártico, se preparam para fazer parte da Otan.

Com esse objetivo, Washington "melhorará suas capacidades militares e civis no Ártico para dissuadir ameaças e antecipar, prevenir e responder a acidentes provocados pelo homem".

Diante do crescente impacto do aquecimento global, Washington quer ajudar o Alasca - seu estado mais setentrional - a fortalecer sua resiliência e adaptação, e também pretende seguir as iniciativas internacionais destinadas a reduzir as emissões no Ártico.

Na frente econômica, os Estados Unidos querem identificar formas de aumentar o crescimento na região "e melhorar os meios de vida no Alasca, especialmente para as comunidades indígenas", disse um alto funcionário americano antes da publicação do documento.

"A estratégia apresenta a visão americana de um Ártico pacífico, estável, próspero e cooperativo", acrescentou. 

"A brutal guerra da Rússia na Ucrânia fez com que esta cooperação no Ártico seja quase impossível" com Moscou, diz a estratégia americana. Mas "manter a cooperação com nossos aliados e parceiros no curto prazo continua sendo essencial para promover nossos interesses na região".

O último documento que detalha a estratégia ártica dos Estados Unidos data de quase 10 anos.

"Esta estratégia leva em conta a crise climática com um maior sentido de urgência, dados os desenvolvimentos dos últimos oito ou nove anos", afirmou o funcionário.

Também "reconhece a concorrência estratégica desatada no Ártico com Rússia e China nos últimos 10 anos e [...] se esforça por colocar os Estados Unidos em uma posição para competir de forma efetiva enquanto gerencia as tensões", concluiu.

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