Mundo

EUA culpam China e Rússia por renúncia de Annan

Apesar da ''promessa'' de cumprir o plano de paz traçado por Annan, o presidente Assad ''continua assassinando brutalmente seu próprio povo'', disse Jay Carney

Jay Carney: A demissão ''põe em evidência o fracasso da China e da Rússia no Conselho de Segurança das Nações Unidas em apoiar resoluções significativas contra Assad" (©AFP / Saul Loeb)

Jay Carney: A demissão ''põe em evidência o fracasso da China e da Rússia no Conselho de Segurança das Nações Unidas em apoiar resoluções significativas contra Assad" (©AFP / Saul Loeb)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2012 às 19h27.

Washington- O governo dos Estados Unidos culpou nesta quinta-feira a China e a Rússia pela renúncia de Kofi Annan como mediador para a Síria por causa da rejeição dos dois países a apoiar uma condenação ao regime de Bashar al Assad no Conselho de Segurança da ONU.

Apesar da ''promessa'' de cumprir o plano de paz traçado por Annan, o presidente Assad ''continua assassinando brutalmente seu próprio povo'', disse aos jornalistas o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, no Air Force One (aeronave presidencial) a caminho de Orlando (Flórida).

A demissão de Annan ''põe em evidência o fracasso da China e da Rússia no Conselho de Segurança das Nações Unidas em apoiar resoluções significativas contra Assad'', ressaltou Carney.

China e Rússia bloquearam, em três ocasiões diferentes, resoluções de condenação ao regime de Assad apresentadas no Conselho de Segurança da ONU e apoiadas pelos EUA e outras potências ocidentais.

Annan anunciou nesta quinta-feira em entrevista coletiva em Genebra que deixará o cargo de enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria no dia 31 de agosto porque, segundo sua opinião, no atual momento de violência e divisão da comunidade internacional uma saída política para o país é impossível.

O presidente dos EUA, Barack Obama, está ''muito agradecido'' pelo esforços de Annan ''para alcançar a paz na Síria'' e para tentar estabelecer uma transição política.


Obama autorizou hoje o desembolso de mais US$12 milhões em ajuda humanitária à Síria, o que eleva a assistência americana deste tipo à US$76 milhões desde que começou o conflito no país, em março de 2011.

O anúncio acontece um dia depois de vários meios de comunicação informarem que Obama autorizou há alguns meses operações secretas da CIA e de outras agências americanas aos rebeldes sírios, informação sobre a qual a Casa Branca não se pronunciou.

O Departamento de Estado, por sua vez, afirmou na quarta-feira que os Estados Unidos mantêm um fundo de cerca de US$25 milhões para apoiar a oposição com material ''não letal''.

''Nossa posição não mudou. Proporcionamos assistência não letal à oposição. Não achamos que aumentar a quantidade de armas na Síria é a solução para conseguir uma transição pacífica'', indicou Carney nesta quinta-feira.

O porta-voz de Obama afirmou que os Estados Unidos condenam ''energicamente'' as execuções sumárias cometidas por ambas partes na Síria, mas enfatizou que é importante levar em conta que o regime de Assad é responsável por uma quantidade ''arrasadora'' de vítimas civis.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricosRússiaSíria

Mais de Mundo

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde