Venezuela voltará em 1º de janeiro ao principal órgão de decisão das Nações Unidas (AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2014 às 17h10.
Nações Unidas - A embaixadora americana na ONU, Samantha Power, criticou nesta quinta-feira a escolha da Venezuela como membro não permanente do Conselho de Segurança e acusou o governo de Nicolas Maduro de não cumprir a Carta da organização.
"Infelizmente, a conduta da Venezuela na ONU foi contra o espírito da Carta da ONU e suas violações dos direitos humanos estão em conflito com a letra da Carta", assinalou Power em comunicado.
A embaixadora afirmou que os Estados Unidos "continuarão exigindo que o governo da Venezuela respeite as liberdades fundamentais e os direitos humanos universais de sua população".
Power lembrou que os candidatos ao Conselho de Segurança "devem contribuir para a manutenção da paz e a segurança internacional e apoiar outros propósitos da ONU, incluindo a promoção do respeito universal aos direitos humanos".
A Venezuela obteve hoje o apoio de 181 dos 193 países que participam da Assembleia Geral das Nações Unidas, e foi o único candidato do grupo da América Latina e Caribe.
A embaixadora americana destacou essa falta de oposição e ressaltou que os grupos regionais têm "a responsabilidade de apresentar candidatos que cumpram estes critérios e apoiem totalmente os princípios da Carta da ONU".
A Venezuela voltará em 1º de janeiro ao principal órgão de decisão das Nações Unidas, no qual já esteve presente em quatro períodos diferentes: o primeiro entre 1962 e 1963 e o último entre 1992 e 1993.
Em 2006, o governo do então presidente Hugo Chávez não conseguiu reunir os apoios necessários para ocupar esse posto e acusou os Estados Unidos de terem pressionado os membros da Assembleia Geral para que não votassem a seu favor.
Nesta ocasião, meia dúzia de senadores tinha cobrado do secretário de Estado, John Kerry, que iniciasse uma campanha para tentar impedir a entrada da Venezuela no Conselho.