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EUA criam padrão de emissões para centrais elétricas

O objetivo é reduzir a queima de carbono, grande vilão do efeito estufa

O governo americano tem apoiado a pesquisa sobre uma técnica chamada de sequestro de carbono, que diminui as emissões provenientes da queima de carvão (©AFP/Arquivo / Saul Loeb)

O governo americano tem apoiado a pesquisa sobre uma técnica chamada de sequestro de carbono, que diminui as emissões provenientes da queima de carvão (©AFP/Arquivo / Saul Loeb)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2012 às 17h28.

Washington - Os Estados Unidos estabeleceram nesta terça-feira as primeiras normas nacionais sobre emissões das centrais elétricas, como o objetivo de reduzir a queima de carbono, considerado um dos grandes culpados pelas mudanças climáticas.

Depois de mais de um ano de deliberações, o governo do presidente Barack Obama decidiu que as regras se aplicam somente às futuras instalações e abriu caminho para mais usinas de carvão, caso elas sejam modernizadas.

A chefe da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), Lisa Jackson, declarou que aprovava a decisão com a esperança de "melhorar as vidas de nossos filhos e dos filhos de nossos filhos" e para incentivar a liderança global dos Estados Unidos em energia limpa.

"Sabemos que o impacto potencial das transformações climáticas afeta tudo, do turismo à agricultura, e deixará um rastro ambiental e econômico extraordinário se não forem controladas", explicou a jornalistas por telefone.

Jackson disse que após um período de concessão de 12 anos para os projetos em construção, a agência não permitirá que as usinas emitam mais de 454 quilogramas de carbono por megawatt-hora.

O gás natural gera um pouco menos que isso, mas as usinas de carvão padrão emitem quase o dobro por hora. As energias renováveis como a solar e a eólica, juntamente com a nuclear, geram muito menos.


A geração de eletricidade é responsável por 41% das emissões de carbono na maior economia do mundo, que os cientistas culpam pelo aumento da temperatura global e pelas mudanças climáticas.

A administração de Obama se comprometeu a reduzir as emissões de carbono dos Estados Unidos, mas seus esforços enfrentam a forte oposição da indústria e do Partido Republicano, cujos muitos membros questionam se existe realmente uma transformação no clima como afirmam os especialistas.

As propostas dos aliados de Obama para estabelecer um sistema nacional para frear a emissão de carbono não tiveram sucesso no Congresso.

As negociações lideradas pela ONU para um novo acordo mundial sobre o clima também não progrediram muito, com a China - que superou os Estados Unidos como o maior emissor de gás carbônico - exigindo um maior comprometimento americano.

Os republicanos foram muito críticos à EPA, de quem tentaram tirar as prerrogativas, desde que a agência anunciou pela primeira vez, em dezembro de 2010, que começaria a regular as usinas energéticas.

A Suprema Corte decidiu em 2007 que a agência tem autoridade para regular as emissões de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa segundo a legislação vigente.


O carvão é uma das áreas mais sensíveis politicamente devido a seu impacto no emprego, já que aporta quase 50% da energia do país - mais que qualquer outra fonte -, mas representa 81% das emissões emissão de carbono do setor elétrico, de acordo com informações do governo.

Jackson garantiu que a administração de Obama não descarta o carvão como fonte de energia no futuro.

Ela esclareceu que a EPA permitirá que novas usinas de carbono mantenham as emissões acima do limite se os operadores concordarem que o nível médio será inferior ao limiar de 454 quilos em um período de 30 anos.

O governo americano tem apoiado a pesquisa sobre uma técnica chamada de sequestro de carbono, que diminui as emissões provenientes da queima de carvão. Alguns ambientalistas questionam esses esforços, considerando-os caros e não comprovados.

Os defensores dos esforços para combater as mudanças climáticas saudaram a nova limitação imposta nos Estados Unidos, mas disseram que a regulação, com o tempo, terá que incluir as usinas já existentes.

De acordo com Kevin Kennedy, do Instituto de Recursos Mundiais, "as usinas já existentes representam uma oportunidade significativa para melhorar a eficiência e reduzir as emissões americanas de gases de efeito estufa".

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