Cabul: os familiares das vítimas ainda estão sendo informados sobre o estado de saúde de seus parentes (REUTERS/Omar Sobhani/Reuters)
EFE
Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 21h52.
Washington - Vários cidadãos dos Estados Unidos estão entre os mortos e feridos pelo ataque talibã cometido durante o fim de semana no Hotel Intercontinental de Cabul, que deixou 20 vítimas mortais, informou nesta terça-feira o Departamento de Estado americano.
Um porta-voz do governo disse para a Agência Efe que há cidadãos americanos entre os mortos e feridos, mas não detalhou seu número exato.
A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, indicou em sua entrevista coletiva diária que o governo acredita saber o número exato de americanos feridos, mas não pode dizer nada além de que "são vários", porque os familiares das vítimas ainda estão sendo informados sobre o estado de saúde de seus parentes.
"A proteção dos cidadãos americanos é nossa maior prioridade. Estamos proporcionando assistência e notificando os familiares após o ataque", indicou Nauert.
"Os Estados Unidos estão ao lado do governo e do povo do Afeganistão, e seguem firmemente comprometidos em apoiar os esforços afegãos para conseguir a paz, a segurança e a prosperidade para o seu país", acrescentou a porta-voz.
A maior parte dos estrangeiros mortos no ataque eram funcionários da companhia aérea afegã Kam Air, entre eles oito ucranianos e dois venezuelanos, segundo as autoridades afegãs.
Os talibãs se responsabilizaram pelo ataque através de um comunicado de seu porta-voz Zabihullah Mujahid, que detalhou que seus combatentes identificaram "cuidadosamente" as suas vítimas e mataram cidadãos dos países "invasores" e integrantes do governo afegão.
Na noite de sábado, um suicida se sacrificou na entrada do Hotel Intercontinental, o que proporcionou a entrada de cinco insurgentes com armas e coletes carregados com explosivos.
O ataque resultou em 12 horas de enfrentamentos entre os talibãs e as forças de segurança, que conseguiram salvar 151 funcionários e hóspedes do hotel, 40 deles estrangeiros.
O hotel, frequentado por estrangeiros e afegãos de alta renda e que costuma receber festas privadas e atos oficiais, como coletivas de imprensa, seminários e conferências, já foi alvo de um atentado similar dos talibãs em junho de 2011.
Desde o final da missão de combate da Otan em janeiro de 2015, o governo afegão vem perdendo terreno para os insurgentes até controlar apenas 57% do país, segundo o Inspetor Especial Geral para a Reconstrução do Afeganistão (Sigar, na sigla em inglês) do Congresso dos Estados Unidos.