Mundo

EUA cogitam qualquer opção legal para deter crianças

Secretário de Segurança Nacional americano assegurou que considerará cada opção legal concebível para frear a onda de milhares de crianças imigrantes


	Fronteira entre EUA e o México: crianças imigrantes se amontoam na fronteira
 (John Moore/Getty Images/Getty Images)

Fronteira entre EUA e o México: crianças imigrantes se amontoam na fronteira (John Moore/Getty Images/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2014 às 17h23.

Washington - O secretário de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jeh Johnson, assegurou nesta terça-feira perante o Congresso que considerará "cada opção legal concebível" para frear a onda de milhares de crianças imigrantes que se amontoam na fronteira sul do país.

Em uma audiência do Comitê de Segurança Nacional da Câmara dos Representantes para abordar a "crise humanitária", Johnson delineou os esforços da administração de Barack Obama a respeito, incluindo a coordenação entre diversas agências para atender os menores e o aumento de instalações para abrigá-los.

"Mas por que não estamos os amontoando em um ônibus, como fazemos normalmente e os enviamos de volta à Guatemala?", perguntou o republicano Mike Rogers em alusão às deportações imediatas que, de acordo com a lei, só são aplicadas para os cidadãos mexicanos.

O secretário de Segurança Nacional respondeu que os menores que procedem de Guatemala, Honduras e El Salvador, em sua maioria, devem ser transferidos ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, em inglês) para permanecer sob sua custódia em um prazo de 72 horas, algo especificado pela lei atual.

Além disso, Johnson informou aos legisladores que tanto o Departamento de Segurança Nacional (DHS) como o HHS estão aumentando a equipe que fala espanhol para tramitar os casos e para atender as ligações de pais ou familiares das crianças.

Precisamente a sensibilização e as campanhas informativas dirigidas aos pais dos menores são as armas para o governo americano na hora de enfrentar o problema, já que, segundo explicou Johnson, as organizações criminosas estão divulgando informação falsa sobre a possibilidade de os centro-americanos obterem uma "permissão" de residência em sua chegada ao país.

"Enviei pessoalmente uma carta aberta aos pais que estão enviando seus filhos da América Central para os EUA, que será amplamente distribuída em espanhol e inglês, para salientar os perigos da viagem e insistir que não há passes gratuitos ou "permissões" no outro lado (da fronteira)", disse.

"Estamos insistindo que a Ação Diferida para a Infância ou DACA não se aplica às crianças que chegam agora ou no futuro aos Estados Unidos e que, para ser considerado para DACA, o indivíduo deve ter residido continuamente nos EUA desde junho de 2007", acrescentou Johnson em referência às acusações que a política migratória de Obama está atraindo mais imigrantes ilegais.

O presidente do Comitê, o republicano pelo Texas Mike McCaul, se uniu à proposta realizada na semana passada pelo presidente da Câmara dos Representantes, o também republicano John Boehner, e instou o governo a enviar à Guarda Nacional à fronteira para que ajude aos agentes da Patrulha Fronteiriça.

Vários legisladores reiteraram durante a audiência a necessidade de trabalhar mais estreitamente com o governo do México para que ajude a interceptar as crianças que cruzam sozinhas a partir da América Central e deter a viagem tão perigosa que enfrentam tentando alcançar a fronteira americana.

Sob a direção de Johnson, o governo está ampliando seus esforços para abordar a onda de crianças que chegam sozinhas de Guatemala, Honduras e El Salvador fugindo da violência que vivem nesses países e que, nos últimos nove meses, superou o número de 52 mil menores. 

Acompanhe tudo sobre:CriançasEstados Unidos (EUA)ImigraçãoPaíses ricos

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA