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EUA chegam a mais vacinados do que casos de coronavírus

Marca é promissora na corrida pela imunização, mas EUA ainda enfrentam dificuldades para acelerar o ritmo de vacinação contra o coronavírus

Trabalhadores rurais são vacinados na Califórnia: EUA são o país que mais aplicou doses no mundo (Mike Blake/Reuters)

Trabalhadores rurais são vacinados na Califórnia: EUA são o país que mais aplicou doses no mundo (Mike Blake/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 2 de fevereiro de 2021 às 13h18.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2021 às 01h39.

Mais americanos receberam pelo menos uma dose de vacina contra a Covid-19 do que testaram positivo para o coronavírus, um marco preliminar, mas promissor na corrida para acabar com a pandemia.

Na tarde de segunda-feira, 26,5 milhões de americanos haviam recebido uma ou ambas as doses das vacinas atuais, de acordo com dados compilados pelo Bloomberg Vaccine Tracker. Desde que o primeiro paciente dos EUA testou positivo nos arredores de Seattle, há um ano, 26,3 milhões de pessoas no país testaram positivo para a doença e 443 mil morreram, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

Os EUA têm administrado vacinas a um ritmo diário mais rápido do que qualquer país do mundo, com cerca de 1,34 milhão de doses por dia, de acordo com dados coletados pela Bloomberg. Embora a distribuição tenha enfrentado obstáculos nos primeiros dias, nas seis semanas desde que as primeiras vacinas foram administradas quase 7,8% dos americanos receberam uma ou mais doses e 1,8% estão totalmente vacinados.

“Vale a pena notar que hoje, pela primeira vez, os dados indicam que mais pessoas foram vacinadas do que registradas como casos recém-diagnosticados”, disse Paula Cannon, professora de microbiologia da Faculdade de Medicina Keck da Universidade do Sul da Califórnia.

Apenas alguns outros países ultrapassaram esse marco: Israel, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos superaram os EUA no ranking de mais vacinações do que casos dias ou semanas atrás.

Depois do aumento de casos nos EUA após as festas de fim de ano, autoridades do Centro de Controle e Prevenção de Doenças veem um pico, embora isso seja provavelmente devido a mudanças comportamentais e não ao impacto generalizado das vacinas. Novos casos de Covid-19, hospitalizações e visitas aos prontos-socorros começam a diminuir, disse Jay Butler, vice-diretor da agência para doenças infecciosas.

“Embora essas tendências sejam encorajadoras, quero enfatizar que os números nacionais ainda são altos, e estão tão altos quanto em qualquer momento da pandemia até agora”, disse Butler em reunião na sexta-feira apresentada pela Infectious Diseases Society of America. “Se esta pandemia fosse uma ação, poderíamos querer vender.”

Ainda é possível que o coronavírus volte a avançar, principalmente se as variantes da África do Sul e de outros lugares ganharem força. Estudos sugerem que as vacinas, particularmente os imunizantes mais recentes da Johnson & Johnson e Novavax, são menos potentes contra a cepa da África do Sul e pelo menos uma outra.

O objetivo é alcançar a imunidade coletiva, quando o número de americanos protegidos por uma vacina ou infecção natural atingir um nível que dificultará a propagação do coronavírus. Autoridades de saúde pública, incluindo Anthony Fauci, o principal especialista em doenças infecciosas do país, estimam que 70% a 85% dos 330 milhões de americanos devem ser expostos ao patógeno por meio do vírus ou vacina para atingir esse nível.

 

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