Bateria de mísseis Patriot: sistema é capaz de interceptar aeronaves e mísseis (AFP/Yoshikazu Tsuno)
Da Redação
Publicado em 14 de dezembro de 2012 às 09h52.
Base Aérea de Incirlik - O secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, assinou na sexta-feira medida que autoriza o envio de duas baterias de mísseis Patriot à Turquia, junto com 400 operadores norte-americanos, como parte da mobilização de países da Otan para reforçar as defesas dos aliados turcos contra disparos da guerra civil na vizinha Síria.
A portaria foi assinada logo depois de Panetta chegar de surpresa à Turquia para encontrar soldados dos EUA estacionados na Base Aérea de Incirlik. Foi a última escala dele em uma viagem de uma semana, que teve passagens também por Afeganistão e Kuweit.
"O propósito dessa mobilização é sinalizar muito fortemente que os Estados Unidos estão colaborando estreitamente com nossos aliados da Otan e irão apoiar a defesa da Turquia, especialmente quanto a potenciais ameaças emanando da Síria", disse o porta-voz George Little.
A Turquia vem concentrando caças na região da fronteira com a Síria e reage à altura sempre que obuses disparados no conflito sírio caem em seu território, alimentando os temores de que a guerra civil no país árabe possa se espalhar por toda a região.
Era amplamente esperado que os EUA oferecessem o envio de mísseis Patriot à Turquia, como já fizeram Alemanha e Holanda. Os três países são os únicos integrantes da Otan que possuem o tipo mais moderno de mísseis Patriot.
Little não quis revelar onde as duas baterias norte-americanas serão instaladas, e disse que os sistemas ficarão na Turquia por tempo indeterminado. "Esperamos que sejam mobilizados nas próximas semanas", disse Little.
A Otan aprovou no dia 4 o pedido da Turquia para receber baterias antiaéreas, numa resposta aos temores de que o país possa sofrer um ataque com mísseis e possivelmente armas químicas da Síria, onde há 20 meses o governo de Bashar al Assad tenta reprimir uma rebelião.
O sistema Patriot é capaz de interceptar aeronaves e mísseis. A Otan diz que a mobilização é puramente defensiva, mas Rússia, Síria e Irã criticam a decisão, dizendo que ela amplia a instabilidade regional.