Panetta garantiu que as tropas da Marinha deixarão de ser divididas meio a meio entre Atlântico e Pacífico para destinar até 60% de seus membros para o entorno asiático (Jim Watson/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2012 às 10h53.
Washington - Enquanto o secretário de Defesa americano, Leon Panetta, percorre a Ásia para apoiar novos desafios na região, os fuzileiros navais lembram os 70 anos da Batalha de Midway, que resultou em uma vitória crucial para o país na Segunda Guerra Mundial.
O futuro e o passado militar dos EUA na região Ásia-Pacífico se entrelaçou em uma solene cerimônia em Washington. "A Batalha de Midway foi o começo da minha guerra", relatou à Agência Efe Henry Kudzivet, sobrevivente deste episódio da Segunda Guerra Mundial que, em 1942, custou mais de três mil vidas - a maioria japoneses.
Durante a cerimônia, o veterano ouviu o discurso do marinheiro novato Joedan Stanley, que disse que "essa batalha pode ser o exemplo de por que entrei para a Marinha. É um grupo de pessoas valentes que demonstra porque os Estados Unidos são o que são".
Stanley entrou na Marinha há quatro meses, com 24 anos recém completados, e poderá em breve fazer parte da nova estratégia militar que os EUA desenharam para a região asiática.
Os navios de combate, submarinos e destróieres que a Marinha americana tem na Ásia aumentarão seus exercícios militares no Pacífico, anunciou o secretário de Defesa, Leon Panetta, que fará visitas a diferentes portos da região.
Até a próxima quinta-feira, o Governo dos Estados Unidos encenará o novo papel que a Ásia-Pacífico terá nas prioridades militares do país, que ganhará peso em curto prazo.
Panetta garantiu que as tropas da Marinha deixarão de ser divididas meio a meio entre Atlântico e Pacífico para destinar até 60% de seus membros para o entorno asiático.
"De uma maneira constante, deliberada e sustentável, as Forças Armadas dos Estados Unidos estão se reequilibrando e proporcionando maior capacidade para esta região vital", disse Panetta no último fim de semana.
A viagem do responsável da política de defesa dos EUA passa por Havaí, Cingapura, Vietnã e Índia. No entanto, chefes militares de outros países disseram que a viagem americana olha de relance para a China e seu incipiente poder militar.
Até o final de 2012, o secretário de Defesa espera visitar o gigante asiático pela primeira vez desde que assumiu seu cargo, há um ano, para devolver a visita que seu colega chinês, Liang Guanglie, realizada no início de maio.
A milhares de quilômetros de distância, os veteranos garantiram nesta terça-feira, em Washington, que em 1942 o inimigo na Ásia era o Japão.
Aos seus 17 anos, Henry Kudzivet decidiu deixar seu instituto no estado da Pensilvânia e ingressar nas Forças Armadas: "Era o que eu queria fazer, ir à guerra contra os japoneses, e estou satisfeito de tê-lo feito", lembrou. O veterano de guerra chama essa batalha de quatro dias de "Pearl Harbor americano", e ele não é o único.
Seis meses depois da vitória japonesa no porto americano, as forças dos EUA e do Japão se enfrentaram na batalha de Midway entre 4 e 7 de junho de 1942, que terminou com a primeira derrota do poder japonês sobre água durante a guerra.
"Pudemos voltar para casa com boas notícias, com a força de ter mudado o curso da guerra", destacou este aposentado, que tem filhos e netos ligados à Marinha.
O alto comando das Forças Armadas afirmou que os EUA ganharam essa batalha com menos recursos que os japoneses graças à aposta tecnológica, o profissionalismo das tropas e uma "forte liderança".
Stanley, o principiante de 24 anos, diz que por estas razões a Batalha de Midway ainda é uma referência para os novos marinheiros.
O jovem tem dupla nacionalidade, britânica e americana, mas garante que não duvidou nem um segundo em se alistar à Marinha: "Esta é muito mais patriótica", justificou em seu uniforme branco.