Zika: os especialistas de saúde do governo de Obama consideram que esse valor é necessário para controlar o mosquito Aedes aegypti (Jaime Saldarriaga / Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2016 às 14h41.
Washington - O Senado dos EUA aprovou nesta quinta-feira um projeto de lei para outorgar US$ 1,1 bilhão à luta contra o zika, quase o dobro da quantidade aprovada pela câmara Baixa na quarta-feira (US$ 622 milhões), embora ainda abaixo da solicitada pela Casa Branca, de US$ 1,9 bilhão.
A votação na câmara Alta aprovou o texto por 68 votos a favor por 30 contra, e abre a porta às negociações com os membros da Câmara dos Representantes, embora os dois projetos sejam distantes entre si.
A principal diferença entre ambos textos é que os fundos colocados pela câmara Baixa estão vinculados a cortes no gasto público, enquanto o Senado acrescentaria esse financiamento ao déficit fiscal.
A Casa Branca advertiu que o presidente americano, Barack Obama, pode aceitar a medida adotada no Senado, embora pareça insuficiente, mas ameaça vetar o projeto da câmara Baixa, alegando que os fundos estão muito longe de cobrir as necessidades provocadas pela chegada do vírus.
"O governo pede ao Congresso que forneça fundos de emergência suplementares completos ao nível solicitado pelo presidente. Se for apresentada ao presidente a (lei) H.R. 5243, seus assessores lhe recomendarão que a vete", indicou nesta quarta-feira em comunicado o Escritório de Administração e Orçamento da Casa Branca.
O presidente do Comissão de Dotações Orçamentárias da Câmara dos Representantes, o republicano Hal Rogers, apresentou na segunda-feira o projeto de lei que atribui US$ 622,1 milhões à luta contra o zika, dos quais US$ 352,1 milhões são fundos destinados originalmente ao surto do ebola de 2014 e US$ 270 milhões são recursos restantes do Departamento de Saúde.
Os especialistas de saúde do governo de Obama consideram que esse valor é necessário para controlar o mosquito Aedes aegypti que transmite o vírus e que está presente no sul do país, assim como para desenvolver vacinas e melhores diagnósticos.
Além disso, é preciso essa quantidade para pesquisar o impacto do vírus nos bebês e crianças, levando em conta que a maior preocupação em torno do surto é seu vínculo com a microcefalia e outros defeitos congênitos, sobre os quais cada vez o consenso científico é maior.
O zika vírus circula em cerca de 50 países, a maioria na América Latina e entre eles territórios americanos como o Estado livre Associado de Porto Rico, as Ilhas Virgens e a Samoa Americano.
O governo acredita que no verão "provavelmente" comece a transmissão local de zika no território continental dos Estados Unidos, especialmente nos estados onde está presente o inseto: Flórida, Texas e o resto dos territórios do Golfo do México.