Obama afirmou que os documentos confidenciais sobre o Afeganistão, publicados pela imprensa, não revelaram nada novo (.)
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2010 às 23h06.
Washington - A Câmara de Representantes americana aprovou, esta terça-feira, fundos urgentes para a ocupação do Afeganistão, apesar da publicação, na imprensa, de informações militares secretas que aumentaram o repúdio da opinião pública com relação a uma guerra por si só impopular.
Os legisladores aprovaram os recursos, por 308 votos a 144, permitindo ao presidente Barack Obama promulgar a legislação, que prevê 37 bilhões de dólares para a ocupação do Iraque e aumentar em 33.000 soldados o contingente do Afeganistão.
Os representantes também descartaram atacar a política de guerra de Obama, rejeitando por um esmagadora votação de 372 a 38 uma proposta de retirar o exército americano do Paquistão.
A votação pôs em cheque o impacto que a impressionante publicação de 92 mil documentos secretos do Pentágono sobre a guerra pelo site Wikileaks poderia ter no debate americano sobre o conflito.
Os legisladores - que em novembro enfrentam as eleições de meio mandato - discutiram acaloradamene os quase 9 anos passados desde a invasão ao Afeganistão e os planos de Obama para acelerar a campanha para iniciar uma retirada até julho de 2011.
"Acordem, Estados Unidos. A publicação, por parte do Wikileaks, dos documentos secretos de guerra, nos deu 92.000 razões para terminar com as guerras. Escolham uma", disse o representante democrata Dennis Kucinich, autor da proposta relativa ao Paquistão.
Obama afirmou na terça-feira que os documentos confidenciais sobre o Afeganistão, publicados pela imprensa, não revelaram nada novo, mas justificaram sua decisão de rever a estratégia americana.
"Embora me preocupe a revelação de informação sensível do campo de batalha que poderia potencialmente pôr em risco pessoas e operações, o fato é que estes documentos não revelam nada de novo", disse Obama.
"De fato, destacam os mesmos problemas que me levaram a decidir por uma ampla revisão da nossa política" no Afeganistão, acrescentou.