Ataque químico: as fontes do governo americano argumentaram que é difícil entender como Moscou não tinha conhecimento prévio do ataque (Ferhat Dervisoglu/Reuters)
EFE
Publicado em 11 de abril de 2017 às 15h42.
Washington - A Casa Branca apresentou nesta terça-feira provas "claras e consistentes" de que o regime sírio de Bashar al Assad efetuou há uma semana um ataque com gás sarín em Khan Sheikhoun (Idlib), no qual morreram mais de 80 pessoas, incluindo crianças.
Funcionários do Conselho de Segurança Nacional do presidente americano, Donald Trump, asseguraram hoje à imprensa que têm "provas fisiológicas" de que o regime sírio usou gás sarín contra a população em uma área de domínio rebelde.
Além disso, os EUA confirmaram a autenticidade de fontes externas que demonstram que um caça sírio lançou o ataque com o mortal gás nas primeiras horas da manhã de 4 de abril da base aérea de Shayrat (Homs).
Do mesmo modo, as fontes do governo americano argumentaram que, levando em conta a relação de décadas entre as forças armadas sírias e russas e que militares de ambos países operavam na base aérea de Shayrat, é difícil entender como Moscou não tinha conhecimento prévio do ataque.
As fontes da Casa Branca asseguraram que não há provas que sustentem a versão síria e russa de que as mortes por exposição a um elemento químico neurotóxico aconteceram após o bombardeio de uma fábrica de armas químicas de um grupo jihadista.
Pelo contrário, os EUA consideram que o ataque químico sírio tinha "motivos operacionais" com o objetivo de exercer pressão na retaguarda de zonas rebeldes estratégicas para manter o controle da cidade de Hama.
"Nesse contexto, o ataque químico é entendido como parte de um 'toma lá, dá cá' entre rebeldes e forças sírias", indicou um funcionário dos EUA.
A Casa Branca apresentou hoje uma pormenorizada cronologia do ataque com armas químicas de terça-feira passada, que dois dias depois levou Trump a autorizar o lançamento de 59 mísseis guiados contra a base de Shayrat em represália.
Pouco antes das 7h (horário local), um avião de fabricação russa Sukhoi SU-22 da força aérea síria sobrevoou Khan Sheikhoun durante 20 minutos e, por volta de 12h, começaram a aparecer evidências gráficas na internet de vítimas com sintomas de um ataque químico.
Pouco depois de 13h, as vítimas começaram a inundar um hospital próximo que, posteriormente, seria bombardeado com armamento convencional.
Os Estados Unidos também têm informação de que um militar sírio de alta categoria vinculado com o programa químico sírio esteve presente na base de Shayrat antes do lançamento do ataque.