Líderes mundiais anunciam plano de ajuda à Ucrânia nesta quinta-feira ((Photo by ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP))
Repórter colaborador
Publicado em 26 de setembro de 2024 às 08h43.
Última atualização em 26 de setembro de 2024 às 12h51.
O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou mais de US$ 8 bilhões em assistência militar à Ucrânia nesta quinta-feira (26) para ajudar Kiev a "vencer esta guerra” contra a Rússia, aproveitando a visita do presidente Volodymyr Zelensky ao país.
Zelensky deve apresentar ao presidente Joe Biden seu "plano de vitória" nesta quinta-feira, que inclui um caminho para a adesão à OTAN e outras garantias econômicas e de segurança que o líder ucraniano acredita serem necessárias para convencer o presidente russo Vladimir Putin a parar os combates.
A ajuda inclui o primeiro carregamento de uma bomba guiada chamada Joint Standoff Weapon, com um alcance de até 130 km. O míssil de médio alcance melhora bastante a capacidade da Ucrânia em atacar as forças russas, permitindo que os ucranianos o façam a distâncias mais seguras.
A bomba, capaz de atingir alvos com alta precisão, será lançada de caças. Biden não anunciará que Washington permitiria que a Ucrânia usasse os mísseis dos EUA para atingir alvos mais profundos na Rússia - Moscou já advertiu o Ocidente sobre armamentos fornecidos a Kiev que possam atingir as forças russas.
Com a na ajuda, a Ucrânia irá ver sua defesa aérea reforçada, mais sistemas aéreos não tripulados e munições ar-terra, bem como fortalecerá a base sua industrial de defesa da Ucrânia, segundo Biden.
O presidente norte-americano disse que o Departamento de Defesa reformará e fornecerá à Ucrânia uma bateria adicional de defesa aérea Patriot e mais mísseis do tipo.
Biden ordenou que o Pentágono também expandisse o treinamento para pilotos ucranianos de F-16, inclusive apoiando o treinamento de mais 18 pilotos no próximo ano.
Os EUA anunciaram na quarta-feira um novo pacote de armas para a Ucrânia no valor de US$ 375 milhões, incluindo munição para sistemas de mísseis e artilharia, bem como veículos blindados e armas antitanque.
Essa ajuda coincide com a visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky Além de Nova York, onde participou da Assembleia-Geral da ONU, e Washington, onde vai se encontrar Joe Biden nesta quinta, Zelensky teve uma "saia justa" com Donald Trump e os republicanos.
É que o ucraniano visitou no último domingo uma fábrica de munições em Scranton, na Pensilvânia, , onde Biden cresceu. Lá, é um dos estados em que Trump e Kamala Harris brigam voto a voto para as eleições presidenciais de novembro. Como Zelensky ficou ao lado do governador democrata Josh Shapiro, até então um dos cotados para ser vice de Kamala, republicanos enxergaram a visita do presidente ucraniano como um evento de campanha.
“Acho que Zelensky é o maior vendedor da história. Toda vez que ele vem ao país, sai com 60 bilhões de dólares”, afirmou Trump em um comício na Pensilvânia. “Ele quer que eles [democratas] ganhem esta eleição com todas as suas forças", criticou o republicano.
O pacote de US$ 375 milhões chega enquanto Casa Branca e Congresso falharam em negociar uma extensão da ajuda para o próximo ano da chamada autoridade de retirada presidencial, que expira em 30 de setembro. Esse dispositivo permite que a Casa Branca forneça armas e equipamentos dos próprios estoques do Departamento de Defesa.
Os EUA forneceram até agora cerca de US$ 56 bilhões em assistência militar à Ucrânia desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.