Síria: desde 2014, a coalizão atacou líderes jihadistas na Síria, mas os bombardeios diminuíram desde 2017 (Omar Sanadiki/Reuters)
AFP
Publicado em 1 de julho de 2019 às 14h32.
Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (1º) que atacaram líderes da Al-Qaeda na região noroeste da Síria.
"Esta operação teve como alvos agentes da Al-Qaeda na Síria, responsáveis pelo planejamento de ataques que ameaçam cidadãos americanos, nossos aliados ou civis inocentes", afirmou o Comando Central Americano em um comunicado.
"Com nossos aliados e parceiros, continuaremos a atacar o Daesh (sigla em árabe do grupo Estado Islâmico) e a Al-Qaeda, para evitar que esses dois grupos usem a Síria como refúgio", afirma o comunicado.
De acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), vários dirigentes do grupo Hurras al Din, vinculado à Al-Qaeda, morreram no domingo em bombardeios da coalizão no noroeste da Síria.
"Seis líderes, incluindo dois tunisianos, dois argelinos, um egípcio e um sírio, foram mortos por um bombardeio visando uma reunião em (...) uma área a oeste de Aleppo", vizinha da província de Idlib, informou o OSDH.
Desde sua criação em 2014, a coalizão atacou líderes jihadistas no noroeste da Síria, mas os bombardeios diminuíram significativamente desde 2017.
Fundado em fevereiro de 2018, o grupo Hurras al-Din possui cerca de 1.800 combatentes sírios e estrangeiros, segundo o OSDH.
É ativo na região de Idlib e em zonas das províncias vizinhas de Hama, Aleppo e Latakia. O grupo é dominado pelo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ex-facção síria da Al-Qaeda.
O OSDH, que possui uma ampla rede de fontes em toda a Síria, anunciou no domingo que não foi capaz de determinar a origem dos tiros, dizendo "ignorar se foi um bombardeio da coalizão ou da Rússia", aliada do regime sírio de Bashar al-Assad.
Por outro lado, desde o final de abril o regime de Damasco e seu aliado russo intensificaram seus bombardeios na região de Idlib, um dos últimos redutos que fogem ao controle do governo de Damasco.
Na fronteira com a Turquia, a região de Idlib foi alvo de um acordo alcançado em 2018 entre Ancara, que apoia alguns grupos rebeldes ativos na região, e Moscou, para criar uma "zona desmilitarizada".
Mas este acordo nunca foi implementado em sua totalidade, por causa da recusa dos jihadistas em se retirar da zona tampão prevista.