Jornais estampando a morte de Philip Seymour Hoffman: procurador-geral americano afirmou que a transição para a heroína é um "triste sintoma" de um uso abusivo de medicamentos prescritos. (AFP/Arquivos)
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2014 às 17h22.
Os Estados Unidos expressaram nesta segunda-feira sua preocupação com uma "crise de saúde pública urgente e crescente" causada pelo aumento das overdoses de heroína e o abuso de analgésicos opiáceos.
"Atualmente, há poucas substâncias mais letais do que os opiáceos prescritos e a heroína", declarou o procurador-geral americano, Eric Holder, em um comunicado.
Segundo Holder, o número de mortes por overdose de heroína aumentou 45% nos Estados Unidos entre 2006 e 2010.
"Está claro que a dependência de opiáceos (derivados do ópio) constitui uma crise de saúde pública urgente e crescente", afirmou Holder, assegurando que a transição para a heroína é um "triste sintoma" de um uso abusivo de medicamentos prescritos.
A morte no início de fevereiro do ator americano Philip Seymour Hoffman por uma overdose de heroína colocou em evidência os problemas de saúde pública representados pelo crescente consumo dessa droga nos Estados Unidos.
Nacionalmente, o número de consumidores regulares de heroína passou de 239.000 em 2010 para 335.000 em 2012, de acordo com uma pesquisa nacional de uso de drogas publicada em dezembro.
"A dependência de heroína e de outros opiáceos -incluindo alguns analgésicos - afeta a vida dos americanos em cada região (...) e termina muitas vezes de forma fatal", disse Holder.
Para romper este ciclo, o procurador pediu às forças de segurança a se familiarizar com o uso da naloxona, um remédio que, se administrado de forma rápida, pode reverter o curso de uma overdose.
Holder também se comprometeu em reforçar a luta contra o narcotráfico e enfrentar "todos os níveis da cadeia de fornecimento", evitando que os produtos farmacêuticos controlados sejam mal utilizados.
A quantidade de heroína apreendida na fronteira México-Estados Unidos também aumentou em 320% entre 2008 e 2013, disse.