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EUA ainda acreditam em diálogo com a Coreia do Norte

Após relatos de que Pyongyang está considerando suspender o diálogo com Washington, secretário de Estado diz confiar que as conversas continuarão

Trump e Kim: após acordo de paz fracassar, países tentam manter diálogo (Leah Millis/Reuters)

Trump e Kim: após acordo de paz fracassar, países tentam manter diálogo (Leah Millis/Reuters)

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AFP

Publicado em 15 de março de 2019 às 16h48.

Os Estados Unidos esperam continuar com as negociações com a Coreia do Norte que visam ao desarmamento nuclear do país asiático, afirmou nesta sexta-feira, 15, o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, após relatos de que Pyongyang está considerando suspender o diálogo com Washington.

"Estamos esperançosos de que possamos continuar a manter essas conversas", disse Pompeo em entrevista coletiva.

A agência de notícias russa TASS informou que a vice-chanceler da Coreia do Norte, Choe Son Hui, se recusou a ceder às exigências americanas, após o encontro em Hanói entre o líder norte-coreano Kim Jong Un e presidente Donald Trump acabar sem acordo.

"Não temos nenhuma intenção de ceder às exigências dos Estados Unidos, de forma alguma, nem contemplamos a condução de negociações para esse fim", disse Choe Son Hui, acrescentando que Kim em breve fará uma declaração oficial sobre suas intenções.

Esse alerta da Coreia do Norte ocorre quando sinais de atividade foram detectados em uma instalação de foguetes norte-coreana, o que provocou especulações sobre a iminência de um teste de mísseis por Pyongyang.

Trump disse em uma coletiva de imprensa pós-cúpula em Hanói que Kim prometeu manter a suspensão dos testes nucleares e de mísseis.

Analistas expressaram temores de que a mudança de tom de Pyongyang possa significar a retomada desses testes, mas Pompeo estava otimista em relação a essa moratória.

"Em Hanói, em várias ocasiões, (Kim) falou diretamente com o presidente e prometeu não retomar os testes nucleares ou de mísseis", disse Pompeo.

"Temos todas as expectativas de que ele honrará esse compromisso", acrescentou.

Qualquer lançamento poderia prejudicar as negociações de desarmamento nuclear da Coreia do Norte.

A vice-chanceler acusou Pompeu e o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton, por "criarem uma atmosfera de hostilidade e desconfiança" e "obstruírem os esforços construtivos" de Kim e Trump.

"Como resultado disso, a cúpula terminou sem resultados significativos", continuou diplomata.

Essas declarações implicam uma mudança de tom por parte de Pyongyang, apesar de ambas as partes expressarem sua intenção de continuar as conversações após a cúpula de Hanói.

Em Seul, a presidência sul-coreana tentou minimizar o significado da declaração da vice-chanceler e considerou "prematuro avaliar a situação apenas com as palavras de Choe", acrescentando que a Coreia do Sul continuará trabalhando para a retomada das negociações.

Os Estados Unidos querem um "grande acordo" que permita a "desnuclearização definitiva e totalmente comprovada da Coreia do Norte" ao mesmo tempo em troca do levantamento das sanções que sufocam a economia daquele país.

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