Mundo

EUA afirma que chegou o momento de acabar com a guerra em Gaza

Antony Blinken, chefe da diplomacia estadunidense, está no Oriente Médio e visitou Israel antes de viajar para a Arábia Saudita

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken (à direita), e o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, fazem breves declarações à imprensa no Ministério da Defesa de Israel em Tel Aviv

 (AFP/AFP)

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken (à direita), e o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, fazem breves declarações à imprensa no Ministério da Defesa de Israel em Tel Aviv (AFP/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 23 de outubro de 2024 às 07h02.

Última atualização em 23 de outubro de 2024 às 07h09.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que chegou a "hora" de acabar com a guerra em Gaza e fez um apelo a Israel para que evite uma escalada no conflito com o Irã.

O secretário de Estado americano fez o comentário em Tel Aviv durante sua 11ª visita ao Oriente Médio desde o início da guerra na Faixa de Gaza, a primeira desde a intensificação do confronto entre Israel e o movimento islamista libanês Hezbollah.

"Desde 7 de outubro do ano passado, Israel alcançou a maioria de seus objetivos estratégicos no que diz respeito de Gaza (...) Agora é a hora de transformar estas conquistas em um sucesso duradouro e estratégicos", declarou Blinken nesta quarta-feira, 23, antes de deixar Israel e viajar para a Arábia Saudita.

Em uma reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Blinken afirmou que a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, pode abrir o caminho para um cessar-fogo em Gaza. Sinwar foi o idealizador dos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023 contra Israel, que desencadearam a atual guerra em Gaza.

Netanyahu disse a Blinken que a morte de Sinwar "pode ter um efeito positivo sobre o retorno dos reféns" sob poder do Hamas em Gaza.

O secretário de Estado pressionou para que mais ajuda seja enviada aos civis da Faixa de Gaza, diante da crescente preocupação com as dezenas de milhares de pessoas afetadas pelos confrontos no norte do território palestino.

Ao comentar a ajuda, o diplomata americano declarou que "progressos foram feitos, o que é bom, mas é necessário avançar mais e, acima de tudo, (a ajuda) deve ser sustentada".

O único centro médico parcialmente operacional no norte de Gaza, alvo dos recentes ataques israelenses, está "sem medicamentos ou suprimentos", alertou Hossam Abu Safia, diretor do hospital Kamal Adwan.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira que a vacinação das crianças palestinas contra a pólio em Gaza foi interrompida devido aos "intensos bombardeios" israelenses.

"As atuais condições tornam impossível que as famílias tragam as crianças de forma segura para serem vacinadas e que os profissionais de saúde façam o seu trabalho", afirmou a organização em um comunicado.

Morte de dirigente do Hezbollah

Blinken também pediu a Israel que evite uma "escalada" na resposta ao Irã, que lançou quase 200 mísseis contra o território israelense em 1º de outubro.
Israel enfrenta, ao mesmo tempo, o movimento palestino Hamas em Gaza e o Hezbollah no sul do Líbano.

O Exército israelense confirmou na terça-feira que "eliminou" Hashem Safieddine, provável sucessor de Hassan Nasrallah como líder do Hezbollah, durante um bombardeio no sul de Beirute em 4 de outubro.

O Hezbollah não confirmou a morte de Safieddine, que era um dos membros mais importantes do Conselho da Shura, o principal órgão do movimento.

Washington afirmou na segunda-feira que trabalha para alcançar uma solução "o mais rápido possível" para o conflito no Líbano, baseada na aplicação da resolução 1701 da ONU, que prevê que apenas os capacetes azuis da ONU e o Exército libanês podem ser mobilizados no sul do país.

Além dos bombardeios, Israel iniciou em 30 de setembro uma ofensiva terrestre no sul do Líbano para neutralizar o Hezbollah na região e permitir o retorno de 60.000 habitantes do norte de seu território, que abandonaram a área devido aos lançamentos constantes de foguetes no último ano.

Êxodo

O Exército israelense pediu nesta quarta-feira aos moradores da cidade libanesa de Tiro (sul) que abandonem a área antes de um ataque contra o Hezbollah.

A estatal Agência Nacional de Notícias libanesa relatou "ataques inimigos intensos" em vários pontos de Tiro, o que provocou um êxodo dos moradores.

Além de Tiro, uma cidade outrora vibrante no Mediterrâneo, os bombardeios israelenses provocaram a fuga de parte da população do sul do Líbano.

O Hezbollah anunciou na terça-feira que lançou drones contra uma base militar perto de Haifa, no norte de Israel, e que destruiu sete tanques israelenses na fronteira.

O Exército de Israel ampliou os ataques ao sistema financeiro do Hezbollah e bombardeou os escritórios da empresa de microcréditos Al Qard al Hassan, vinculada ao movimento xiita.

As Forças de Defesa de Israel anunciaram na terça-feira a morte na Síria de um funcionário responsável pelas "transferências de fundos do Hezbollah" e que encontraram um bunker do grupo com "dezenas de milhões de dólares".

Pelo menos 1.552 pessoas morreram no Líbano desde 23 de setembro, quando Israel começou a bombardear alvos do Hezbollah no país, segundo um levantamento da AFP com base em dados oficiais.

Em meados de outubro, a ONU contabilizou quase 700.000 pessoas deslocadas no país. O ataque do Hamas de outubro de 2023 matou 1.206 pessoas, a maioria civis.
Dos 251 sequestrados, 97 permanecem em cativeiro em Gaza, embora 34 deles tenham sido declarados mortos pelo Exército de Israel. A ofensiva israelense em Gaza, onde antes da guerra viviam 2,4 milhões de pessoas, resultou até agora em 42.718 mortos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do território, considerados confiáveis pela ONU.

Acompanhe tudo sobre:Faixa de GazaIsraelOriente MédioEstados Unidos (EUA)Benjamin Netanyahu

Mais de Mundo

França utiliza todos os recursos para bloquear acordo UE-Mercosul, diz ministro

Por que a economia da Índia se mantém firme em meio a riscos globais?

Banco Central da Argentina coloca cédula de 20 mil pesos em circulação

Brasil é vice-lider em competitividade digital na América Latina, mas está entre os 11 piores