Power: "A situação humanitária precisa ser enfrentada, mas não por aqueles que a causaram" (Shannon Stapleton/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2014 às 15h32.
Nações Unidas - Os Estados Unidos advertiram a Rússia nesta sexta-feira que qualquer nova intervenção na Ucrânia - o que inclui ações com o pretexto de enviar ajuda humanitária - será visto como uma "invasão" do território ucraniano.
A embaixadora norte-americana na Organização das Nações Unidas (ONU) fez a advertência durante uma reunião do Conselho de Segurança sobre a situação dos direitos humanos no leste da Ucrânia, onde forças do governo combatem separatistas pró-Rússia.
A declaração foi feita também após recentes acusações de que Moscou teria enviado 20 mil militares para a fronteira entre os dois países, segundo estimativas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Power lembrou que a Rússia propôs a criação de "corredores humanitários" para levar ajuda aos separatistas.
"A situação humanitária precisa ser enfrentada, mas não por aqueles que a causaram", destacou ela.
Ela saudou a criação, pelo governo ucraniano, de "corredores humanitários" para levar ajuda para áreas controladas pelos separatistas e permitir a saída de civis.
Se Moscou quer enviar ajuda para os separatistas, disse ela, a ajuda deveria ser entregue por organizações internacionais neutras, dentre elas o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
"Portanto, qualquer intervenção unilateral da Rússia em território ucraniano, incluindo ações sob o pretexto de fornecer ajuda humanitária, será completamente inaceitável e profundamente alarmante, além de ser também visto como uma invasão da Ucrânia", afirmou Power.
A embaixadora disse que a Rússia também lançou a ideia na semana passada de enviar forças de paz russas para o leste ucraniano.
"Uma força de paz russa na Ucrânia é um contrassenso", disse Power.
"Em cada fase da crise, os russos sabotaram a paz, não a construíram e isso é particularmente preocupante tendo em vista a suposta anexação da Crimeia...forças de paz são imparciais e a Rússia apoia totalmente os separatistas armados no conflito."
O embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, pediu o fim imediato da ação militar no leste ucraniano e criticou o último relatório da ONU sobre a situação humanitária no país por ser parcial por responsabilizar "as formações de autodefesa por ...tudo, menos canibalismo".
Ele exigiu saber por que o relatório não condena as forças de segurança ucranianas por usar artilharia e outras armas pesadas para destruir áreas residenciais e infraestrutura, especialmente nas cidades de Donetsk and Lugansk, dominadas pelos separatistas.
Fonte: Associated Press.