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Os EUA advertem que FMI e Banco Mundial estão se desviando de sua missão

Scott Bessent, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, enfatizou que a ajuda do governo norte-americano não é incondicional se as instituições não respeitarem seus objetivos

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 23 de abril de 2025 às 14h07.

Última atualização em 23 de abril de 2025 às 14h24.

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O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, advertiu nesta quarta-feira tanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) como o Banco Mundial (BM) que estão se desviando de sua missão original e que a ajuda de seu país não é incondicional se não respeitarem seus objetivos.

“O governo (Donald) Trump está disposto a trabalhar com eles, desde que se mantenham fiéis às suas missões. E, com o status quo, eles estão ficando aquém. As instituições de Bretton Woods precisam se afastar de suas agendas dispersas e sem foco, que têm impedido sua capacidade de cumprir seus mandatos principais”, declarou.

Sobre o FMI em particular, Bessent disse: “Ele gasta uma quantidade desproporcional de tempo e recursos em questões sociais, de mudança climática e de gênero. Essas questões não fazem parte da missão do FMI, e o foco do FMI nessas áreas está atrapalhando seu trabalho em questões macroeconômicas cruciais”.

Bessent fez as declarações no fórum do Instituto de Finanças Internacionais (IIF) à margem das reuniões de FMI e BM em Washington.

O secretário do Tesouro americano afirmou que, com base em seu mandato, “o FMI deveria se manifestar contra países como a China, que há décadas vem adotando políticas distorcidas em nível mundial e práticas monetárias opacas”, além de se posicionar contra “práticas insustentáveis de empréstimos por parte de alguns países credores”.

Nesse sentido, enfatizou que o órgão “deve reorientar seus empréstimos para a solução de problemas de balanço de pagamentos” e disse que “seus empréstimos devem ser temporários quando feitos de forma responsável”.

Em sua opinião, a Argentina é um bom exemplo de um país que “merece” o apoio do FMI porque “está fazendo progressos reais no cumprimento das metas financeiras, mas nem todos os países o fazem”.

Sobre o BM, criado como o FMI em 1944 como parte dos Acordos de Bretton Woods, lembrou que nasceu para “ajudar os países em desenvolvimento a expandir suas economias, reduzir a pobreza, aumentar o investimento privado, apoiar a criação de empregos no setor privado e reduzir a dependência da ajuda externa”.

“O BM não deve mais esperar cheques em branco para um marketing insípido e focado em palavras-chave, acompanhado de compromissos de reforma sem convicção. Ele deve usar seus recursos da forma mais eficiente possível”, argumentou Bessent, em um momento em que seu governo está em meio a uma revisão das organizações às quais pertence e apoia.

As declarações de Bessent foram feitas um dia depois que o presidente do BM, Ajay Banga, reiterou sua intenção de fazer com que a diretoria da instituição retire, em junho, seu veto ao financiamento de projetos de energia nuclear.

O secretário americano aplaudiu essa meta e disse que o BM deveria ser neutro em termos de tecnologia e priorizar a acessibilidade e o investimento em energia.

“Na maioria dos casos, isso significa investir na produção de energia baseada em gás e outros combustíveis fósseis”, afirmou.

Bessent chamou de “absurdo” o fato de a organização considerar a China como um país em desenvolvimento e conclamou os parceiros comerciais dos EUA a trabalharem juntos para reequilibrar o sistema financeiro e reorientar FMI e BM de acordo com seus estatutos de fundação.

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