Mundo

EUA adverte aliados contra transações financeiras com o Irã

Subsecretária do Tesouro disse que governos devem endurecer redes financeiras e exigir que empresas façam diligências para evitar "rede fraudulenta" do Irã

Sigal Mandelker: "As empresas que fazem negócios no Irã enfrentam riscos substanciais, e esses riscos são ainda maiores à medida que restabelecemos as sanções" (Zach Gibson/Bloomberg/Getty Images)

Sigal Mandelker: "As empresas que fazem negócios no Irã enfrentam riscos substanciais, e esses riscos são ainda maiores à medida que restabelecemos as sanções" (Zach Gibson/Bloomberg/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 5 de junho de 2018 às 18h56.

Washington - Os Estados Unidos alertaram nesta terça-feira os governos e o setor privado a reprimirem o que descreveu como esforços iranianos para explorá-los para financiar seu apoio ao terrorismo, desestabilizando ações na região e abusos de direitos no Irã.

O apelo, em um discurso de uma autoridade do Tesouro dos Estados Unidos responsável por tratar de assuntos envolvendo terrorismo e informações financeiras, segue a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de abandonar o acordo nuclear com o Irã de 2015 e reimpor as sanções norte-americanas à República Islâmica.

"Vocês devem endurecer suas redes financeiras, exigir que suas empresas façam diligências extras para evitar que sejam capturadas na rede fraudulenta do Irã e deixar claro os riscos significativos de se fazer negócios com empresas e pessoas lá", disse a subsecretária do Tesouro Sigal Mandelker.

"As empresas que fazem negócios no Irã enfrentam riscos substanciais, e esses riscos são ainda maiores à medida que restabelecemos as sanções relativas à questão nuclear", acrescentou. "Vamos responsabilizar aqueles que fazem negócios proibidos no Irã."

A decisão dos EUA de deixar o pacto, sob o qual o Irã concordou em limitar seu programa nuclear em troca de alívio das sanções econômicas, contrariou as outras partes envolvidas: Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia.

Com as sanções norte-americanas retornando entre agora e 4 de novembro, não fica claro como aliados usuais dos EUA ou outras nações, como a China, podem estar em conformidade com essas sanções, particularmente aquelas que exigem que empresas estrangeiras reduzam suas importações de petróleo iraniano.

O peso do sistema financeiro dos EUA e a realidade das empresas terem que escolher entre vender para o Irã ou para o vasto mercado dos EUA, provavelmente vai forçar muitas empresas privadas a se adequarem.

"Para aqueles do setor privado, peço que também tomem medidas adicionais para garantir que o Irã e seus representantes não estejam explorando suas empresas para apoiar suas atividades desonestas", disse Mandelker.

"O regime iraniano vai enganar suas empresas, minar a integridade de seus sistemas financeiros, colocar suas instituições sob risco de nossas poderosas sanções, tudo para financiar o terrorismo, os abusos aos direitos humanos e grupos terroristas", acrescentou Mandelker.

Ela repetiu as ameaças dos EUA para aumentar a pressão financeira, a menos que o Irã cesse ações como o apoio a forças hostis aos Estados Unidos na Síria, no Iraque, no Líbano e no Iêmen.

"Nossas poderosas autoridades econômicas darão ao regime uma escolha clara: mudar seu apoio inaceitável ao terrorismo, atividades desestabilizadoras e abusos dos direitos humanos, ou enfrentar uma calamidade econômica", disse Mandelker.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Irã - PaísSanções

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru