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EUA acusam Síria de retardar entrega de armas químicas

Atraso que põe em risco o que o presidente Obama qualificou de uma conquista diplomática na guerra civil da Síria

Soldados da Noruega vigiam o cargueiro norueguês Taiko, que irá transportar o arsenal químico da Síria, em Limassol (Lars Magne Hovtun/Norwegian Armed Forces/Divulgação via Reuters)

Soldados da Noruega vigiam o cargueiro norueguês Taiko, que irá transportar o arsenal químico da Síria, em Limassol (Lars Magne Hovtun/Norwegian Armed Forces/Divulgação via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2014 às 19h16.

Washington/Varsóvia - Os Estados Unidos acusaram a Síria nesta quarta-feira de retardar a entrega de armas químicas, um atraso que põe em risco o que o presidente norte-americano, Barack Obama, qualificou nesta semana de uma conquista diplomática na guerra civil da Síria.

O governo Obama disse que apenas 4 por cento dos materiais letais de armas químicas da Síria tinham sido retirados do país e que o pedido do governo sírio de equipamento adicional "não merece crédito". Os EUA pediram medidas para que seja seguido o cronograma, em cumprimento a um acordo internacional de desarmamento.

"Os Estados Unidos estão profundamente preocupados com o fracasso do governo da Síria em transportar até (o porto de) Latakia todos os agentes e precursores químicos, como determinado", declarou o país à Organização para Proibição de Armas Químicas (Opaq), órgão mundial de supervisão de armas químicas, em Haia.

A decisão tomada em setembro pelo presidente sírio, Bashar al-Assad, de entregar as armas químicas ajudou a evitar a ameaça de bombardeios aéreos dos EUA em retaliação a um ataque com gás venenoso perto de Damasco, em agosto, no qual morreram centenas de pessoas, boa parte delas mulheres e crianças.

Mas a operação, que tem apoio de vários países, para a remoção do arsenal químico da Síria está agora de seis a oito semanas atrasada em relação ao programado e não cumprirá o prazo até semana que vem para o envio de todos os agentes tóxicos ao exterior, disseram à Reuters fontes familiares com o assunto.

Atrasos representam um difícil desafio para Obama, que enfrentou críticas internas e no exterior por não fazer mais para acabar com quase três anos de guerra civil na Síria.

Acordo

Em seu pronunciamento anual do Estado da União, na terça-feira, Obama citou o acordo para retirada das armas químicas da Síria, dizendo que "a diplomacia norte-americana, apoiada pela ameaça de uso da força, é o motivo pelo qual as armas químicas da Síria estão sendo eliminadas".

Numa evidência da ansiedade do governo Obama, o secretário da Defesa disse que analisou o assunto em uma conversa telefônica na quarta-feira com seu colega russo e lhe pediu que fizesse "o que pudesse para influenciar o governo sírio a cumprir o acordo que foi feito" para destruição das armas químicas.

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