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EUA acompanham os acontecimentos envolvendo a YPF

O governo argentino decidiu expropriar a maior parte das ações da companhia petrolífera YPF

O departamento "sabe que a presidente argentina Cristina Kirchner apresentou um projeto de lei para nacionalizar e assumir o controle da empresa de petróleo e energia Repsol" (Philippe Desmazes/AFP)

O departamento "sabe que a presidente argentina Cristina Kirchner apresentou um projeto de lei para nacionalizar e assumir o controle da empresa de petróleo e energia Repsol" (Philippe Desmazes/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2012 às 23h37.

Washington - O Departamento de Estado dos Estado Unidos afirmou nesta segunda-feira que "acompanha o desenvolvimento dos eventos" após a decisão do governo argentino de expropriar a maior parte das ações da companhia petrolífera YPF.

Em declaração por escrito em resposta a uma pergunta formulada na entrevista coletiva diária do Departamento, a instituição indicou que "sabe que a presidente argentina Cristina Kirchner apresentou um projeto de lei para nacionalizar e assumir o controle da empresa de petróleo e energia Repsol YPF".

A Espanha é o principal investidor externo na Argentina, seguido dos EUA, que conta com mais de 500 empresas instaladas no país.

Os EUA suspenderam temporariamente em 26 de março os benefícios comerciais que concediam a Argentina por causa da falta de pagamento de mais de US$ 300 milhões a duas companhias americanas, Azurix Corp e Blue Ridge Investment.

A medida, que entrará em vigor no fim de maio, suspende a Argentina do Sistema de Preferências Generalizadas (GSP, na sigla em inglês), o que exime de tarifas as importações de milhares de produtos de países em desenvolvimento.

"É conveniente suspender a designação da Argentina como país beneficiário do GSP, já que não atuou de boa fé no cumprimento das decisões judiciais arbitrais a favor das companhias americanas", indicou então o presidente dos EUA, Barack Obama, em comunicado.

O litígio remonta décadas atrás, quando a Argentina tomou medidas contrárias aos contratos assinados com as duas companhias americanas.

As empresas reivindicam compensações econômicas por parte do país sul-americano e o Ciadi, tribunal arbitral ligado ao Banco Mundial, deu razão a elas.

O contrato da empresa Azurix para fornecer água potável e cuidar do esgoto de 72 municípios da província de Buenos Aires foi cancelado pelo Governo desse distrito, o mais povoado da Argentina.

Azurix processou a Argentina pelo cancelamento diante do tribunal arbitral do Banco Mundial, que condenou em 2006 o país a pagar a empresa uma indenização de US$ 165,2 milhões, pagamento que os Estados Unidos seguem cobrando.


Blue Ridge, uma filial do Bank of America, liderou a demanda da CMS Gas Transmission Company, à qual também rescindiu contrato de abastecimento na Argentina.

Após demandar diante o Ciadi, o tribunal deu razão e fixou indenização de US$ 133,2 milhões em 2005.

O representante americano de Comércio Exterior, Ron Kirk, exigiu no fim de março ao Governo argentino que pague as indenizações em questão e destacou que é uma condição indispensável para reincorporar a Argentina ao programa de benefícios comerciais do continente.

Por sua vez, o Executivo argentino classificou de 'unilateral' e 'incompreensível' a suspensão temporária das isenções de tarifas.

As autoridades do país quantificaram em US$ 18 milhões a redução de benefícios para as empresas argentinas exportadoras por causa da decisão de Washington.

Obama e Cristina conversaram um pouco neste fim de semana na Cúpula das Américas na Colômbia, encontro em que a presidente argentina definiu hoje como "excelente".

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