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"Eu fico na corrida e vou derrotar Trump", diz Biden em comício

Presidente faz série de ações para tentar convencer de que está apto a seguir na disputa após ir mal em debate

Joe Biden, presidente dos EUA, durante comício em 5 de julho (Scott Olson/AFP)

Joe Biden, presidente dos EUA, durante comício em 5 de julho (Scott Olson/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 5 de julho de 2024 às 18h02.

Última atualização em 5 de julho de 2024 às 22h11.

O presidente Joe Biden disse nesta sexta-feira, 5, que pretende seguir na disputa pela reeleição, apesar das pressões para desistir.

"Tivemos um pequeno debate na semana passada. Não posso dizer que foi minha melhor performance. Mas, desde então, tem havido muita especulação. O que Joe vai fazer? Minha resposta é: eu vou disputar e vencer de novo", discursou.

"Deixe ser o mais claro que puder. Estou seguindo na corrida. Não vou deixar um debate de 90 minutos destruir três anos e meio de trabalho", disse Biden, durante um comício em Madison, Wisconsin, um dos estados-chave para a disputa eleitoral.

O presidente também fez ataques a Donald Trump, a quem chamou de "onda de crime de um homem só", uma ironia a falas do adversário que diz haver uma onda de crimes no país. O democrata também chamou o republicano de criminoso condenado, grande mentiroso e ameaça à democracia.

"Vocês acham que eu sou muito velho para vencer Donald Trump? Muito velho para restaurar Roe vs. Wade [regra que dava direito ao aborto] como lei? Muito velho para banir armas de assalto de novo?", perguntou Biden no palco, enquanto apoiadores respondiam "não!".

O presidente falou com desenvoltura e de forma mais firme. Logo no início, fez algumas piadas com a idade, como a de que poderia aparentar ter 40 anos. Biden tem 81, e tem sofrido críticas de que não teria mais disposição para ser candidato e liderar o país por causa da idade.

Pressão para desistir

Biden enfrenta pressão para desistir da campanha após ter um desempenho ruim no debate na TV, na semana passada. Nesta sexta, a governadora de Massachussets. Maura Healey, disse que o presidente deveria reconsiderar sua posição.

No evento em Madison, Biden também viu alguns cartazes com a frase "passe a tocha, Joe" na plateia, mas eram minoria.

O presidente planeja uma série de eventos para mostrar que tem condições de seguir na disputa. Ele também dará uma entrevista à TV ABC, que exibirá a conversa na noite nesta sexta, às 20h (21h em Brasília).

Inicialmente, a ABC tinha planejado divulgar trechos nesta sexta-feira e no sábado, e transmitir a entrevista na íntegra no domingo, mas no final os telespectadores poderão assistir à entrevista completa nesta sexta-feira.

Joe Biden estará diante de um jornalista que conhece como poucos os meandros da comunicação política. George Stephanopoulos trabalhou para o ex-presidente democrata Bill Clinton durante sua primeira campanha e também na Casa Branca, onde foi um de seus conselheiros mais próximos ao longo de seu primeiro mandato.

Outro tropeço na entrevista deixaria a candidatura de Biden por um fio, no momento em que revelações preocupantes aparecem em sucessão na mídia americana.

O site Axios afirmou nesta sexta-feira que Biden tem dificuldade para lembrar dos nomes de pessoas que conhece há anos. A equipe do presidente negou essas informações, que até agora têm surgido de forma anônima, e atacou os meios de comunicação, em particular o New York Times, cujo comitê editorial pediu a Biden que desista da disputa presidencial.

Com AFP. 

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