Mundo

Etiópia abriga mais de 600 mil refugiados

Segundo órgão da ONU, país africano abriga o maior número de pessoas fugitivas em todo o continente


	Campo de refugiados em Dollo Ado, Etiópia: país possui um total de 629.718 refugiados
 (Giro 555/Flickr)

Campo de refugiados em Dollo Ado, Etiópia: país possui um total de 629.718 refugiados (Giro 555/Flickr)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2014 às 16h39.

Nairóbi - Com mais de 600 mil refugiados, a Etiópia é o país africano com maior número de pessoas que fugiram de suas nações e solicitantes de asilo, informou nesta terça-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

O aumento do número de refugiados na Etiópia ocorreu por conta do conflito que castiga o Sudão do Sul, que desde meados de dezembro do ano passado obrigou 188 mil pessoas a fugir da violência e se refugiar em território etíope, segundo Acnur.

"Junto com o governo da Etiópia e outros parceiros, estamos brindando proteção e ajuda humanitária em 23 campos de refugiados e cinco lugares de passagem de todo o país", explicou o porta-voz do Acnur, Adrian Edwards, em comunicado divulgado desde Adis-Abeba.

Desta maneira, a Etiópia, com um total de 629.718 refugiados, supera o Quênia, que abriga 575.334 exilados ou litigantes de asilo, segundo dados do Acnur.

Com relação à nacionalidade dos refugiados em território etíope, 247 mil são sul-sudaneses, 245 mil somalis e 99 mil eritreus.

Desde o começo deste ano, o Acnur criou três acampamentos e três centros de passagem para poder abrigar o crescente número de pessoas que fugiram do conflito no Sudão do Sul, e na atualidade está desenvolvendo outros dois.

Enquanto os refugiados esperam para ser transferidos aos novos acampamentos, mais de 18 mil se refugiaram em três postos temporários em Pagak, Pamdong e Matar, na região ocidental de Gambella.

O Acnur lamentou o fato de que nas últimas semanas os fortes chuvas afetaram estes campos, onde muitas tendas e refúgios foram "gravemente" afetados.

Além disso, teme-se que as chuvas ajudem a agravar problemas de saúde, já que muitas doenças são transmitidas pela água.

Após repetidas interrupções, as negociações de paz entre o governo do Sudão do Sul e os rebeldes foram retomadas em 4 de agosto, com o objetivo de alcançar um acordo que ponha fim no conflito armado e leve à formação de um governo de transição.

O conflito político iniciado em dezembro no Sudão do Sul entre o presidente, Salva Kiir, de etnia dinka, e o líder rebelde, Riek Machar, deposto um ano antes, logo derivou em um conflito étnico entre comunidades que se atacaram nos últimos meses.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEtiópiaONU

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua