Homem passa em frente a mural em homenagem a membro do ETA (Ander Arrizurieta/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2015 às 16h32.
Madri - A organização terrorista ETA, que cessou sua atividade armada em 2011, informou nesta quarta-feira que "mantém todos os seus compromissos", mas avisou que a prisão de sua cúpula na semana passada na França, "coloca em dúvida o modelo ordenado para a destruição de armas e o desmantelamento de arsenais".
Em comunicado divulgado pelo site "Naiz.info", a organização fala das detenções de Iratxe Sorzabal e David Pla, sobre as quais afirma que têm o objetivo de "danificar as bases necessárias para o processo de soluções" para o País Basco.
A organização terrorista é considerada responsável por 856 assassinatos desde 1960 em sua estratégia para reivindicar a independência do País Basco da Espanha, mas em outubro de 2011 anunciou, em declaração unilateral, a cessação definitiva de sua atividade armada.
A última vítima da ETA foi um agente francês que morreu em um tiroteio com três supostos integrantes da organização em março de 2010.
O comunicado, emitido em basco, francês e espanhol, é datado de 27 de setembro e critica os governos de Madri e Paris. De acordo com a declaração, o governo francês está "totalmente alinhado com a posição irresponsável de Madri" e "é incrível que se pregue assim a atitudes que acarretam consigo o risco que armas e arsenais fiquem fora de controle".
O comunicado afirma que o governo de Madri envia aos bascos a mensagem de que "não haverá uma solução justa e democrática, só a imposição do projeto da Espanha".
A ETA assegura que "já percorreu a maior parte de sua trajetória" e que, neste ponto, o "desafio futuro do povo basco" consiste em "suspender o processo político e popular que conduz à constituição do Estado basco".
O objetivo, segundo a ETA, será fortalecer o "acúmulo de forças em torno de um projeto renovado de futuro" e a organização "se limitará a fazer com que esse desafio seja abordado nas melhores condições possíveis".