Mundo

Estupros coletivos entre jovens preocupam polícia na Suécia

País registra uma das taxas mais elevadas de queixas por estupro da Europa e, segundo a polícia, as vítimas temem cada vez mais denunciar o crime

Protesto feminista na Suécia: caso será acompanhado  pelos movimentos feministas, que esperam que a justiça aplique severamente a definição ampliada de estupro que vigora no país desde julho (Getty Images)

Protesto feminista na Suécia: caso será acompanhado pelos movimentos feministas, que esperam que a justiça aplique severamente a definição ampliada de estupro que vigora no país desde julho (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 19h23.

São paulo - A Polícia sueca manifestou nesta terça-feira sua preocupação com o alarmante aumento no número de casos de estupros coletivos entre os adolescentes, alguns deles filmados ou fotografados.

O anúncio foi feito durante a abertura de um processo na capital do país, Estocolmo.

Três adolescentes são acusados de terem abusado de uma menina - que não teve sua idade revelada - num parque da cidade.

O número de casos parecidos preocupa as autoridades policiais. "São jovens adolescentes, de 14, 15 anos. Num dos casos, a vítima foi uma menina de 12 anos. Os crimes acontecem na frente dos amigos, que filmam ou fotografam" com seus telefones celulares, contou à AFP a inspetora de polícia Moni Winsens.

Segundo a policial, "a menina tenta dizer não, mas não consegue" e é chantageada pelos agressores que ameaçam divulgar as imagens na internet.

Desde o início do ano, Estocolmo contabilizou quase 1.600 casos de abuso sexual envolvendo menores de idade, contra 1.301 em 2012.

Os tribunais suecos julgaram 466 inquéritos com vítimas de 15 a 17 anos em 2012, quase o dobro do ano anterior.

A Suécia registra uma das taxas mais elevadas de queixas por estupro da Europa e, segundo a polícia, as vítimas temem cada vez mais denunciar o crime.


Para Sanna Bergendahl, militante da associação Storasyster ("grande irmã"), que luta contra a violência sexual, o ato de pressionar as jovens mulheres para que mantenham relações sexuais em grupo "é muito comum" atualmente.

O caso divulgado nesta terça-feira será acompanhado de perto pelos movimentos feministas, que esperam que a justiça sueca aplique severamente a definição ampliada de estupro que vigora no país desde julho.

Segundo a lei sueca, antes, a vítima deveria ser considerada "indefesa". Hoje, ela deve estar em "situação de vulnerabilidade particular".

No caso julgado em Estocolmo, a pessoa que apresentou a queixa disse não ter conseguido se defender, petrificada diante de rapazes que ela não conhecia.

Os movimentos feministas lutam para que o código penal sueco passe a usar a noção de consentimento do ato sexual, usada em países como Bélgica, França, Grã-Bretanha e Noruega no julgamento de casos de estupro.

Acompanhe tudo sobre:EuropaJovensPaíses ricosSuéciaViolência urbana

Mais de Mundo

Trump nomeia Chris Wright, executivo de petróleo, como secretário do Departamento de Energia

Milei se reunirá com Xi Jinping durante cúpula do G20

Lula encontra Guterres e defende continuidade do G20 Social

Venezuela liberta 10 detidos durante protestos pós-eleições