África do Sul: episódios similares ao ocorrido em Bredasdorp provocaram consternação na África do Sul nos últimos meses. (Dan Kitwood/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2013 às 16h41.
Johanesburgo - A morte de uma adolescente de 17 anos após sofrer um estupro coletivo provocou indignação na África do Sul, informou nesta quarta-feira a imprensa local.
O crime ocorreu no fim de semana mas só se tornou de conhecimento público hoje. O fato se passou na cidade de Bredasdorp, na província do Cabo Ocidental.
A jovem sul-africana Anene Booysen foi levada por um grupo de homens da festa em que estava para um local em obras, onde foi brutalmente estuprada por vários indivíduos.
A adolescente conseguiu identificar um dos envolvidos antes de morrer no hospital em função dos ferimentos sofridos durante a agressão.
A polícia localizou e prendeu este suposto autor do crime e mais quatro homens que podem estar envolvidos no estupro. Outros três suspeitos estão sendo procurados.
Em dezembro, uma jovem indiana, de 23 anos, morreu após sofrer um estupro coletivo dentro de um ônibus em seu país, o que gerou violentas manifestações para pedir pena de morte para os autores do crime.
A Liga de Mulheres do Congresso Nacional Africano (CNA), partido que governa o país, classificou hoje os "crimes sexuais contra mulheres e crianças" de "vergonha nacional" e frisou que os estupros não são exclusivamente um problema das mulheres.
"Os estupradores devem saber que ninguém em uma sociedade moral os protegerá uma vez tenham cometido um crime atroz", afirmou a seção feminina do CNA por meio de um comunicado.
O psicólogo Ilse Ahrend, do Centro Saartjie Baartman para a Mulher e a Infância na Cidade do Cabo, disse à emissora de rádio "Eyewitness News" que este tipo de ataque deveria provocar indignação generalizada.
Episódios similares ao ocorrido em Bredasdorp provocaram consternação na África do Sul nos últimos meses.
Segundo dados de organizações em defesa das mulheres, a cada ano ocorrem na África do Sul milhares de estupros e a maioria não é denunciada para a polícia.
A Interpol chegou a qualificar a África do Sul como a "capital mundial do estupro". Segundo a emissora estatal "SABC", uma mulher é estuprada no país a cada 17 segundos.