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Estudo mostra que a democracia perdeu terreno no mundo

Segundo ONG, o impacto de fenômenos como a Primavera Árabe se perdeu


	Homem levanta uma placa que diz "Mataram nossa democracia" em um protesto na Cidade do México: as liberdades públicas também sofreram retrocessos na América Latina
 (Yuri Cortez/AFP)

Homem levanta uma placa que diz "Mataram nossa democracia" em um protesto na Cidade do México: as liberdades públicas também sofreram retrocessos na América Latina (Yuri Cortez/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2013 às 11h05.

Washington - A democracia no mundo perdeu terreno em 2012 pelo sétimo ano seguido e o impacto de fenômenos como a Primavera Árabe se perdeu ou, inclusive, provocou retrocessos em alguns países do Oriente Médio, segundo relatório da ONG americana Freedom House.

As liberdades públicas também sofreram retrocessos no ano passado na América Latina, principalmente no Equador, Paraguai e Suriname.

Um total de 90 países podem ser considerados livres atualmente, um aumento de três nações em relação às 87 de 2011.

Em todo o mundo, cerca de 3 bilhões de pessoas, 43% da população, gozou de liberdades públicas, enquanto que 1,6 bilhão residiam em países parcialmente livres.

Os 34% restantes, 2,3 bilhões de pessoas, vivem em países considerados não-livres pela Freedom House.

"Existe uma necessidade crítica de liderança por parte dos Estados Unidos e outras democracias", afirma o relatório "Liberdade no Mundo 2013", que defende um maior compromisso dos Estados Unidos com a sociedade civil em nações oprimidas.

Houve algum progresso em termos democráticos, com melhorias significativas desde 2008 na Líbia, Tunísia e Mianmar.

Egito, Zimbábue, Moldávia e Costa do Marfim também estão entre os países onde as restrições repressoras foram aliviadas.

Mas Mali, que sofreu um golpe militar no ano passado, lidera a lista das nações em que as liberdades foram eliminadas e que sofreram "um dos maiores declínios da história da liberdade em apenas um ano".

Na China, por sua vez, os líderes comunistas continuam a operar "o mais complexo e sofisticado aparato de controle político do mundo", segundo o estudo.

Na Rússia e no Irã, a repressão contra jornalistas e blogueiros prosseguiu na contramão de um imprensa livre.

Na América Latina, a organização constata o resultado eleitoral na Venezuela, que concedeu um terceiro mandato presidencial a Hugo Chávez, que, no entanto, não pôde tomar posse na semana passada por causa do grave câncer que o fez ser internado em Cuba.

As eleições na Venezuela foram uma demonstração do "esbanjamento" do dinheiro do petróleo, segundo a Freedom House.

Segundo a ONG, "Chávez se beneficiou do uso maciço dos recursos do Estado", mas a região pode estar assistindo ao início de uma era pós-Chávez em função da gravidade de sua doença.

Por outro lado, o Equador "perdeu terreno devido às irregularidades generalizadas no processo de registro de organizações políticas e mudanças na redistribuição de vagas que favoreceram o poder", explica o texto.

A Freedom House também caracterizou como "retrocesso" a destituição do presidente paraguaio Fernando Lugo, um processo que "privou os paraguaios de qualquer oportunidade séria de debate".

Finalmente, no caso do Suriname, o presidente Desiré Bouterse e outros 24 suspeitos de assassinatos de 15 opositores políticos em 1982 conseguiram que seu julgamento fosse adiado.

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